A telefonia me deixou mau
Quando eu era garoto vi um filme na TV em que as pessoas eram marcadas com uma espécie de tatuagem, essa marca era para dividir os cidadãos que tinham todos os direitos dos que não tinham nenhum ou quase nenhum direito, se eu não me engano o seriado chamava “além da imaginação”. Era uma situação horrível, as pessoas que tinham a marca sofriam muito, não podiam se pronunciar com outras pessoas, principalmente com as que não tinham a marca, não tinham direito a hospitais, ou seja, não tinha direito algum.
Hoje depois de mais de dez anos que essa série acabou me sinto vivendo um pouco desse drama. Vou explicar mais ou menos como me sinto: a minha conta telefônica veio com várias ligações que eu não fiz, o preço era muito alto e eu decidi reclamar, liguei para a operadora e para início de conversa só para ser atendido fiquei exatamente trinta e cinco minutos pendurado no telefone, quando me atenderam, eu já cansado de esperar, tive que falar com tal de atendente virtual, eu falava e ela simplesmente não entendia bulhufas, até que ela de desejo próprio, eu acho, me passou para uma atendente. Falamos por exatos vinte e cinco minutos, dez a menos que o tempo de espera na secretária eletrônica, expliquei a ela que as ligações em minha fatura não eram minhas e ela simplesmente não me deu a solução. Enfim, tive que levar o caso à justiça, mas enquanto rola essa tal justiça o meu nome entrou no SPC, e estou me sentindo como na série “além da imaginação” tudo que vou comprar no crediário é negado, e o pior é que não tenho culpa, aliás, tenho porque demorei muito a levar na justiça.
Pra término de conversa, ontem era aniversário do meu filho, não pude comprar o presente que o prometi. Que confusão me trousse essa tal telefônica.