Autoconfiança é...

Numa reflexão leiga sobre autoconfiança, tipo conversa de botequim mesmo, a primeira coisa que me bate é a insegurança de falar do tema. Essa irônica contradição reforçaria o fato de que a autoconfiança deve sempre vir respaldada de alguma base e aí, antes de sair por aí em demonstrações meio que, gratuitas, é sempre bom dar uma parada pra pensar. Eu a entendo como um estado de espírito, um ânimo, uma maneira de ver o mundo, quando ela influencia na postura do indivíduo diante de todos os assuntos. Os autoconfiantes normalmente desprezam os que não lhes são conhecidos, numa atitude mais de um descarte proveniente da seleção que faz, do que desprezo propriamente dito. Evidentemente o autoconfiante que despreza demais corre o risco de ser um tolo. Considero esse raciocínio como proporcional nos dois sentidos. O pitoresco desse achado do relacionamento é a relatividade. A propaganda pessoal é o carro chefe do autoconfiante. Aprender a ser autoconfiante é aprender a valorizar de maneira pragmática as próprias limitações sem abrir mão de marcar presença nos assuntos que lhes seja familiar, coisa que a timidez inibiria. Vemos todos os dias na mídia, “especialistas” nos assuntos sendo desmentidos e nem por isso ficarem necessariamente abatidos. Previsões furadas de futuro da economia, de insucesso desse ou daquele fator político. De futebol então, nem se fala: é um caos! Vê-se renomados jornalistas perderem-se trocando as bolas das preferências pessoais pelo que seria informação pura ou reportagem imparcial. Depois de tanto ver fatos como esses, não dá para não ser um pouco mais seguro nas opiniões. Desde saber avaliar a qualidade de uma música que se escute até perceber com quem devemos trocar idéias a respeito (a seleção de que falei antes). Naturalmente me preservo quando o contrário acontece, isto é, calo diante pessoas que entendem muito mais da coisa do que eu. Ponho-me na posição de ouvinte. Freqüentemente, a palavra “autoconfiante” remete à idéia de pessoa vaidosa ou prepotente, quando na verdade pode ser apenas um reflexo das inibições de quem a percebe e não estar sendo captada com o seu real sentido. Não raro, me flagro pensando se uma ou outra atitude que tive foi ou não embasada em fatos ou produto de pura precipitação ao falar de um assunto, como por exemplo, agora.