A paz continental

Violar uma inóspita geografia fronteiriça territorial na Amazônia ou noutra região qualquer onde haja mata fechada, selvagemente densa, é deveras venial. A Colômbia, ao meu ver, não cometeu lá esses pecados tão horrendos. Pecou, sim, mas nem tanto! Foi por justíssima causa. Duvido que as FARC não possam estar na selva amazônica brasileira! Aqueles terroristas escolheram um lugar propício para instalarem e promoverem seu mundo cão! É lamentável a invasão do Equador, mas absolutamente contornável. Uribe não fez lá essas coisas todas. Aquilo lá é quase terra de ninguém!

O que não pode é a Colômbia sentir-se maior do que sua realidade a faz, motivada pela ajuda substancial que recebe do dinheiro dos Estados Unidos. Isso não, jamais poderá ter sido o impulso fomentador do erro cometido. O Presidente equatoriano Rafael Correa merece receber do Presidente Uribe o perdão merecido e esperado. É só assim que a América do Sul poderá ser maior do que já é. Perdoar é amar duas vezes.

Eu não consigo deixar de acreditar que o Senhor Hugo Chávez, indigno Presidente da Venezuela, não esteja ajudando com apoio financeiro e territorial aos terroristas das FARC. Duvido de que a relação entre eles não seja de troca de favores. Espero é que não tenhamos por aqui, na selva amazônica, um xadrez terrorista agindo, matando nossos índios e ocupando as fronteiras legais do nosso país e dos países vizinhos. É um risco palpável que corremos e, na selva, vence quem tem mais experiência e adaptação. As FARC moram na selva, vivem na selva e é nela que eles monitoram as suas invasões. É preciso ter cuidados redobrados com esse bando perverso!

Colômbia, Venezuela, Equador não têm o direito e não devem, por nenhuma proposição defendida, arranhar a hegemonia continental sul-americana. Essas desavenças, essas proposições espúrias, esses desacertos, tudo isso deve acabar e voltarmos a ter a paz e o desejo de prosperidade de antes da crise.

Mas há coisas que são ainda mais perigosas. A Venezuela tem um presidente louco, montado em cima de fardos de petrodólares e está armado até os dentes. A Colômbia possui melhor situação financeira e protecional. Tem os Estados Unidos por trás de seus interesses. O Brasil se apresenta com uma liderança sutil, mas eficiente. Devemos plantonear um olhar de preocupação sobre esses vulcões territoriais e tentar apagar qualquer intenção de fogo de qualquer uma das duas partes ou mais. Os conflitos devem ser resolvidos à mesa negocional e não atrás de armas e discursos proibitivos para os mandatários desses países. Apenas a paz é bem-vinda!