SAUDADE INEVITÁVEL E ETERNA!!!

***SAUDADE INEVITÁVEL E ETERNA!!!***

Recordando da minha infância, lembro-me dos meus amigos que iam para a escola comigo, da professora insuportável do meu pré-primário ou até mesmo daquele uniforme brega que eu usava (saias curtas de pregas azul marinho, camisa branca)...um horror...posso afirmar que a saudade paira sob essas meras palavras descritas nesse instante...

Saudade do tempo perdido e das lágrimas não derramadas, eu sinto saudade do meu passado feliz e não dos momentos obscuros...

Saudade dos bens que perdi, pois nenhuma perda é válida...

Ah, como eu tenho saudade do almoço na casa da vovó e dos passeios no bosque...da simplicidade e da malícia utópica...

Sinto muita saudade das palavras bonitas que eu dizia, e que hoje não me lembro mais, que poderiam até complementar esta metáfora...

Eu quero sempre ter saudade, mesmo não compreendendo-a...Talvez simplesmente para saciar as minhas necessidades saudosistas com os poemas de Vinícius de Moraes e refletindo sobre a canção do Exílio, de Gonçalves Dias, somente assim, irei regogizar-me na saudade que a vida nos oferece...

Confesso que até procurei saber mais sobre este sentimento complexo...E a explicação que encontrei estavam presentes nas cartas de amor, nos abraços sinceros e nos sorrisos verdadeiros...

Eram pessoas que me amaram, mas nunca declararam-me...

Encontrei também saudades nos contos de fadas e mágicas...

Na estória do Chapeuzinho Vermelho, de princípes e princesas...

Quem sabe com o tempo eu não tenha saudades dos livros de Segismund Freud e do pessimismo exagerado de Arthur Shopenhauer, Ou da filosofia de Montaigne, Sócrates, Platão, Aristóteles, Heráclito de Efêse, David Hume, Rene Descartes, Kant e muitos outros...

Queria tanto possuir uma definição fácil e fiel para a saudade existente no meu coração...Que por vezes até tortura minh'alma...

Infelizmente o ser humano não consegue compreendê-la...quanto mais definí-la...Mas eu acho que devia ter amado mais, devia ter falado menos...Por isso, terei saudades também das minhas falhas e das minhas transgressões...Terei saudades da minha fragilidade, pois a saudade supera o proceder não realizado e me instiga para sentir mais e mais saudade...De tudo...Do que fiz e até mesmo do que não fiz...

De tudo quanto vivo hoje...E do que tenho vontade de viver...E que infelizmente não posso...Saudade! Sim...Eterna!

Lembrança problemáticas, recordações positivas, são saudades...

Eu tenho saudade de quando lia sobre Fernando Pessoa e Fagundes Varela... e não entendia absolutamente nada dos seus poemas perplexos e complexos...Saudade das vezes que a música inundava meu ser e me concedia as mais variadas indagações sensitivas...

Dos pensamentos sobre o porque da vida e dos conceitos da ciência...

Porque não sentir saudades desses acontecimentos?!...

Talvez os tempos da atualidade, sejam modernos demais para sentirem saudades...Sentirei saudade da época feudal que eu não vivi...Mas que me obrigam estudar até hoje...Das concepções biblícas que a minha mãe me ensinava, do amor e da paz...

Sempre terei saudade, e sinto que se não as tivesse...teria apenas existido em vão...E no futuro que não tardia nunca teria histórias para contar...Por isso acho que a saudade mesmo que silenciosa em nossas almas sempre serão eternas e necessariamente inevitável...

Infeliz daquele que não tem saudade...é porque não viveu...não amou..

Existiu em vão...E nunca terá histórias para contar...

Ah Saudade!!! Ah Saudade!!!...

Inevitável e Eterna!!!

OBS: Saudade é uma palavra que existe apenas na nossa língua, talvez pela intensidade das nossas emoções latinas!

Este texto se encontra postado no site www.recantodasletras.com.br

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Autoria: Irlene Chagas

Poetisa Amadora, Pedagoga formada pela UFU , com 3 habilitações, Supervisão, Inspeção e Educação Especial, Pós em Psicopedagogia, atualmente acadêmica do 6º Período de Direito da Faculdade de Talentos Humanos - Facthus.

Irlene Chagas
Enviado por Irlene Chagas em 02/05/2008
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T971464
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