SÓ NÃO GOSTA, QUEM TÊM A ..........!

Ah! que dia.

Começou cêdo hoje.

"No hóspital, na sala de sirurgia

Pela vidraça eu via

Você sofrendo a sorri,

E seu sorriso se desfazendo, então......"

Assutei. Porra, que susto. Eu quase caía na rebançeira. Fui salvo por Amado Batista. Meu vizinho. Ah! meu querido vizinho, hoje começou cêdo.

Abri a janela do acampamento. Lá estava ele, debruçado sobre o murinho de sua varanda. (Notou-me a olha-lo, sorriu e acenou). Retribuir, e saí da janela. Meu vizinho é um camarada aparentimente normal. Casado, pai de uma menina, (Soube por entermedio da outra vizinha, que ele é segurança de posto de combustível). Agora, cá prá nós, as músicas que ele ouvi, meu amigo(a), as vêzes me doí profundamente. Então resolvi descer e bater um papo.

Cheguei de mansinho, saudei-o. No início, falamos sobre futebol, (torcemos para o mesmo tíme). Falamos do tempo, (O sol estava tinindo, dava práia). Falamos da rua, (Não é um paraíso, mais tambem não é um purgatório). Falamos de bebidas, (Confessou-me beber de tudo, eu por mim, prefiro cerveja e as roscas). Falamos de tira-gosto, (Ele prefere peixe, de qualquer geito, eu sou mais chegado a tudo). Ai entramos pela música nossa de cada dia.

Passei a entender melhor meu vizinho.

_ Essas músicas bregas que eu ouço, sei que tem muita gente que reclama, que não gosta. Isso porque eles não têm a mãe na zona.

_ (Sorrir meio sem geito). Concordo. Conversamos mais um pouco. Eu saí.

Fiquei intrigado. "Só não gosta daquela música quem têm a mãe na zona".

Vou perguntar a mainha, por onde ela andou.