É DOCE NAMORAR AO LUAR




Tenho por mim que a lua, apesar de vivermos a era do conhecimento e das grandes descobertas científicas e tecnológicas, com internet banda larga e por aí vai, jamais deixará de ser o eterno refúgio dos poetas e dos românticos enamorados. Ela permanecerá, com certeza e ainda por muitas gerações, aquele emocionante e plácido lugar distante capaz de suscitar os sentimentos mais ternos e os suspiros mais ardentes quando, plena e cheia, descortinar seu brilho entre os arranha-céus das grandes cidades. Embora não seja mais tão misteriosa como outrora, continua linda no campo e nas metrópolis, não sendo relevante que, um dia, há cerca de quarenta anos, já tenha sido pisoteada pelos americanos da Nasa. E mesmo que os estudiosos da astronomia a considerem um mero satélite da Terra e parte de um sistema galáctico em meio a tantos outros ainda por descobrir, para os sonhadores ela haverá de ser, para todo o sempre, um grande e maravilhoso devaneio.
Há quem não aprecie a beleza extraordinária de um lindo luar? Sim, certamente! Os pragmáticos, os céticos e os materialistas, os mal amados, é claro, fazem parte desse time que se opõe à beleza vista somente pela alma. Porque os amantes, juntamente com os enternecidos pela sutileza artística da poesia e da ternura, se deixam enlevar pelos raios de luz emanados da lua penetrando e embelezando as plácidas águas dos rios e as irriquietas ondas dos mares. E devaneiam como se transportados pela força do sorriso, e amam e choram e se enchem de tocante frenesi gozoso. Tantos se enamoram da lua que há até quem a ela faça serenatas madrugadas adentro, caminhando pelas sombras de uma boêmia interminável e mítica. São apenas uns tantos, decerto, devido sobretudo à crescente onda de violência que devasta nosso País, mas que se entregam a esses momentos indeléveis. Outros não se arriscam, fogem das ruas preferindo apreciar das sacadas de seus apartamentos a graça utópica das noites enluaradas. O vinho e a linda mulher são as companhias top de linha. Alguns, aos bandos, lotam os barzinhos e cantam para ela de qualquer maneira, desafinados mas cheios de admiração e encanto. Os mais ousados descem à orla marítima e dedilham violões indiferentes à passagem das horas.
Alinho-me com os que se tocam profundamente com o luar e gosto de admirar a lua em qualquer estágio em que se encontre, tendo por companhia a mulher a quem amo e que compartilha comigo esse bem querer. Juntos nos deleitamos por horas a fio ante o maravilhoso impacto de um belo céu enluarado. Acreditem, é doce namorar sob a luz da lua.
Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 29/04/2008
Reeditado em 04/12/2011
Código do texto: T967932
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.