MÍDIA VICIADA
MÍDIA VICIADA
Um crime com excesso de cobertura, causou uma overdose de notícias deletérias, deixando a população atônita e extasiada com tantas informações sobre o caso Isabella. Nas narrações jornalísticas a ética deve sempre estar em primeiro lugar, no entanto a maioria das emissoras de televisão queria faturar em cima da desgraça alheia e colher os frutos de uma audiência sombria, trevosa, onde menos se prezou foi o pedido da mãe biológica da criança vitimada. Quanto mais se explorava o caso mais sofrimento era repassado a família de Isabella. No dia da reconstituição a disputa por um lugar onde o écran estivesse limpo e a filmagem fosse efetuada de maneira clara e sem interferência, pessoas chegaram a oferecer locais privilegiados até por R$ 15.000 reais, como foi visto nos noticiários e pelos repórteres que cobriam a reconstituição. O sentimento com o sofrimento alheio onde fica Senhor? Parece que a “lei do Gerson” voltou com toda força. A disputa por um lugar onde a cena da reconstituição não sofresse solução de continuidade foi uma espécie de batalha campal. Até vizinhos do casal suspeito tiveram sua vantagem financeira à custa do sofrimento de uma criança indefesa e no início da vida. O que era para ter uma conotação eminentemente jornalista, virou um palco cinematográfico com direito a platéia de todos os matizes.
Uma pergunta que muita gente fez a si mesma: Será que esse caso tivesse ocorrido ou acontecido fora do eixo Rio - São Paulo a conotação e a repercussão teria sido a mesma?. Foi o caso mais discutido no Brasil e quiçá no mundo, e ainda vai render muito mais, pois as pessoas entrevistadas, juízes, peritos criminais davam constantemente suas opiniões sobre o caso em si, e muitas vezes deixavam escapar detalhes importantes que só beneficiaram os advogados de defesa, visto que estavam ouvindo e gravando tudo. Ainda somos pelo velho jargão popular, de que “tudo demais é veneno”. E o veneno esteve solto nesses 30 dias de cobertura diária pelos meios de comunicação. Uns afirmavam que por ter acontecido no período noturno o bárbaro crime, os advogados de defesa iriam pedir nova reconstituição. Faca e queijo nas mãos dos advogados de defesa. A impunidade reina no Brasil pela morosidade da justiça, pois os criminosos que ceifaram a vida de Isabella deveriam estar na cadeia. Um precedente muito grande foi aberto pelo excesso de cobertura do caso, visto que já vimos crianças afirmar: “Vamos brincar de Isabella”?. Perguntamos a essas crianças o que significava brincar de Isabela? Elas inocentemente respondiam: Pegamos uma boneca colorimos de vermelho, cortamos a proteção de nylon do apartamento e jogamos a boneca, outra indagou: e se não tivermos boneca: “pula uma de nós”. Vejam como a impregnação televisiva traz para as pessoas nuances negativas quando deveria acontecer o contrário. Mentes chegam a plasmar certos acontecimentos e as crianças inocentes são as mais afetadas, pois desconhecem o risco que correm. Cuidado senhores pais, o perigo pode estar pertinho dos senhores, toda cautela e cuidado não será desperdício, e sim garantia para seus filhos menores e além do mais são cuidados indispensáveis.
O Brasil nunca passou por períodos tão trevosos, onde pai mata filho (a), filho (a) mata Pai e mãe, crianças são vítimas de violência dos próprios familiares, o incesto e a violência sexual acontecem normalmente dentro de casa, a prostituição em qualquer lugar, a corrupção passa ilesa e ninguém é punido. Fica aqui uma sugestão: “Que todos os jovens sejam obrigados a servir as Forças Armadas, por um período mínimo por dois anos, ficando isento somente os incapazes”. Lá aprenderiam uma profissão e sairiam com o conceito de cidadania e amor à pátria. Esse falta de conhecimento são vetores fortes que levam os jovens ao caminho do ócio e das drogas.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIR