A Dama Triste
O semblante estava abatido e o olhar cabisbaixo, não percebi de imediato o que se passava, apenas após alguns minutos de conversa, com o verter das lágrimas pelo rosto, percebi sua imensa tristeza.
Não me disse o que era, mudou o assunto, limpou com as costas das mãos a maquiagem que lhe borrava o rosto e falamos sobre outros amenidades.
O encarnado da blusa contrastava com a brancura da pele. Os olhos brilhantes e inquietos pareciam em marasmo. Trocamos mais algumas palavras, saiu desejando sorte.
A Dama Triste, de altivo porte, quebrantada alva, leva consigo peso... o que fizemos esta feito amada amiga, bom ou mal, cedo ou tarde, leve ou pesado, não cabe o julgamento... nem a nós mesmos devemos julgar... tudo o que se fez exigiu pronto atendimento, talvez, imaturidade, inocência, também não há o que se desculpar...
Ergue a fronte e mostra teu sorriso largo. Balança a cabeça e deixa que o trinitar leve dos brincos de argola soem, anunciando tua alegria...
Porque chorar se o bom mesmo é rir... rir pro outro, rir da gente, rir da vida, irradiar...
Te aguardo na próxima esquina, talvez teu segredo queiras então me contar... se não conta também não me aborreço, meu bem querer é maior que este tempo ingrato, que a tua mente assola mágoas... não te deixes assolar.