Opinião Sincera
Tenho visto, aqui neste Recanto das letras a profusão de textos dos mais diversos gêneros, acerca da morte da pobre Isabella. Eu mesmo cheguei a escrever uns dois ou três discursos meio irados centrados nela.
Isso demonstra como o fato sensibilizou intensamente a opinião pública. Não estamos assistindo a uma manobra da mídia para beneficiar políticos, tirando-os do foco jornalístico. Não. Políticos adoram estar na mídia, mesmo que para serem, aparentemente execrados, porque, no fundo sabem que a mídia não tem o poder de mudar relações políticas, ela é como um vento que sopra numa ou noutra direção, e podem apenas fazer o fogo queimar mais rápido, ou podem extinguir-lo. Mas fogo algum queima sem que estejam presentes os seus constituintes: lenha seca acumulada e alguém para riscar um fósforo.
A morte de Isabella comoveu a sociedade, pois o fato ameaça o que há de mais caro para as pessoas de qualquer classe social: a família.
A perspectiva de ter ocorrido um filhicídio equivale a uma tragédia grega, uma espécie de história edipica às avessas. Mas, é claro, que o caso está sendo superexplorado pela imprensa sensacionalista, com uma enorme quantidade de fotos e vídeos da garota e de seu lindo sorriso.
Enfim, mais uma tragédia brasileira, cujo significado parece ser a perda de valores familiares pela classe média, e mais um longo processo judicial com provas meramente circunstanciais, já que não houve confissões.
E muitas crônicas, poesias, discursos, em nossa pequena mídia internáutica, o que serve para aliviar o nosso desespero diante dos absurdos da vida.
Nota: Está claro que o noticiário alimenta as nossas crônicas. Comprometo-me, no entanto, a nunca citar o nome de pessoas assassinadas no título de meus textos como forma de atrair os leitores.