..QUERO SAIR, MAIS NÃO POSSO LEVAR..!

Conferir o email, na lata.

No celular, a mensagem reafirmava, (Dy, estamos esperando no ponto, beijos). A solução era me arrumar o mais rápido possível e partir.

A equipe foi convidada a participar do Festival de Cinema em Canudos. Claro, eu não podia perder. Arrumei a mochila. (Uma bermuda jeans e uma calça, quatro camisetas e uma malha de friu, dizem que por lá a noitinha faz um friu retado, as que não deformam, não soltam as tiras e não tem cheiro, claro que generica. o mocasim marron, prá cobinar com tudo. a máquina fotografica, a câmera, o diário de bordo, uns trocados, e o mais importante, o endereço).

Fechei as janelas, molhei as plantas, (O suficiente para quatro dias). Apaguei as luzes, (Todas, não tinha nada na geladeira). Tranquei a porta do fundo, (O acampamento não disponhe de porta na frente, obra do gênio do meu pedreiro). Sai. Me parecia que faltava mais alguma coisa. Pensei, pensei.

Minha nossa. A primavera. Como ia ser agora. Como levar a primavera?

Eu a ganhei ontem de uma das minhas alunas, ela mesmo resolveu chama-la de primavera em homenagem a minha data de aniversário. É uma "peixa linda educador", (Dizia ela). Eu acreditei. Voltei. Parei defronte ao vaso. Ela fazia, "blug, blug", (Parecia sorrir, será que sabia da viagem?). Melhor não perguntar. Como levar a primavera? pensei, pensei. Já sei.

Coloquei o vaso num saco, diminuir a água. Fomos. Quando passarmos em lugares com buracos, eu fecho o saco. Quando estivermos numa estrada boa, (Sem buraco). Abro o saco.

A galera não entendeu muito bem, mais foi a melhor saida. Eu tinha que sair, e não podia deixa-la. A primavera vai brilhar conosco, e pronto.

O festival foi uma beleza. Canudos é uma cidadizinha porreta. Primavera voltou, e eu já troquei a água, até botei mais um poquinho.