Sombras e dúvidas
Os dias chuvosos, principalmente quando estamos caminhando por ruas pouco movimentadas, têm a estranha particularidade de trazer pensamentos que envolvem a essência humana. Tão falada, escrita e estudada, e dela pouco se sabe.
Teria o universo aparecido após uma grande explosão nuclear cósmica? Teorias, teorias como sempre, que botam o homem a pensar. Uma explosão teria dado causa a tudo isto? Desenvolvendo as conseqüências, surgira o homem da mesma forma?
A chuva molha as paredes das casas antigas e bem conservadas da cidade notável. O tempo não está determinado; ele não é importante e segundo a Física, não existe, salvo o artificial, que criamos para orientar nossas vidas.
Enquanto os pingos d’água caem iluminados pelas luzes dos postes, a pergunta fica sem resposta... Não sabemos quem somos, por mais que queiramos teorizar. A chuva diminui de intensidade, as gotas não tem mais tanto brilho. Mas isto nada ajuda; continuamos pensando na realidade do ser, em si mesmo, no outro, na cidade, nação e humanidade. Para onde caminhamos neste mundo tão estranho?
São pensamentos inevitáveis, ainda que tenhamos família feliz, filhos que nos orgulham e trabalho produtivo. Este ponto da vida é claro, não necessita de muitas indagações.
A chuva aumenta de novo, entra-se num bar e um café aquece corpo e alma. Se o homem tem alma? Claro que tem. Cérebro puro, massa cinzenta, rede de neurônios altamente complicada e maravilhosamente perfeita não fazem o homem rir ou chorar.
As brilhantes gotas da chuva trazem uma mensagem secreta, neste mundo de sombras e dúvidas. Elas iluminam nossas almas e mostram, enfim, um bem maior que ninguém explica, mas sente.
Sente o amor.