MÃE !
Aproxima-se o segundo domingo de maio e portanto começam aí minhas preocupações e frustrações , pois nunca fui bom o suficiente para presentear minha mãe com que ela merecia . Para falar a verdade, nunca fui um bom filho.
Jamais fiquei satisfeito com os presentes que eu mesmo escolhi e que poderia ter dado com um pouco mais de carinho. Houve algumas vezes em que dei um envelope com dinheiro para que ela própria escolhesse seu presente, pois eu não fazia a menor idéia do que deveria comprar. Hoje, já mais maduro, entendo o motivo da minha insatisfação.
É que por mais que tentasse, por mais bonitas que fossem as flores ou por mais caro que fosse o presente, nunca conseguiria agradecer por tudo o que minha mãe fez por mim. Digo fez porque a várias anos ela partiu para o outro lado da vida.
Aliás eu nem deveria estar escrevendo esta crônica pois em primeiro lugar, “ Mãe” sempre se deve escrever com letra maiúscula e exclusivamente em belos versos dos mais belos poemas. Como não sou poeta, nestas linhas tento transmitir um sentimento sincero sobre a verdadeira grandeza da palavra MÃE. Também não tenho dúvida de que quando Deus criou o amor se inspirou nas mães.
E qual é o melhor presente para uma mãe ? Flores, anéis, um relógio ou um celular ? Uma viagem, muitos abraços ou um vestido novo ? Um almoço com toda família, um discurso emocionado ou um beijo molhado com as lágrimas da emoção ? Uma cesta de frutas ou uma caixa de bombons ?
Percebo que na verdade, não existe presente que compense o amor de mãe. E o que é mais importante, mãe que é mãe não faz questão de ganhar presente, pois o que ela quer mesmo é o carinho e o amor dos filhos.
Seria possível calcular quantas horas de sono as mães perderam para com todo cuidado e carinho protegerem os sonhos de seus filhos ?
Seria possível medir a quantidade de rugas e cabelos brancos que nós , filhos ingratos, trouxemos para nossas mães pacientes e amorosas ?
Seria possível escrever num só livro todos os bons conselhos e as palavras de carinho e incentivo que nossas mães repetiram tantas vezes ?
Seria possível imaginar quantas lágrimas nossas mães já derramaram por conta de nossa indiferença, nossas respostas mal-criadas e nossa enorme ingratidão?
Seria possível saber quantas vezes nossas mães se entristeceram por não terem recebido o abraço que tanto esperavam ?
E é possível que algum filho ou filha saiba o verdadeiro tamanho do coração de uma mãe ?
Por que será que, salvo as melhores exceções só nos lembramos de homenagear nossas mães no segundo domingo de maio ?
Por que será que, salvo as grandes exceções nos preocupamos mais com o presente simbólico e quase obrigatório e não em retribuir o amor recebido com amor e carinho de filhos reconhecidos e agradecidos ?
São perguntas que não sei responder ou perguntas cujas respostas na verdade evito saber ?
Hoje, mais maduro, tenho consciência de que poderia ter sido um filho melhor, ter dado mais atenção à minha mãe e sobretudo ter tido muito mais paciência para ouvir o que ela me dizia. Agora é tarde, já não há mais tempo para consertar. A verdade é que não soube aproveitar, como devia, a convivência com minha mãe.
Assim, para as jovens e as velhas mães, para as mães verdadeiras, para as de aluguel e as virtuais, para as que estão ausentes, para as que estão presentes só na memória, para as que têm saudade e para as que choram, para as risonhas, para as sérias, para as tristes e as sofredoras, para as que já foram, as que são e as que querem ser, que fique a certeza de que na verdade, não deveria existir “Dia das Mães”.
Por uma razão muito simples....mãe é dona de todos os dias e como tal, em todos os dias deve ser homenageada.
Às vezes com presentes sim mas sempre , em todos os momentos, em todas as horas, eternamente....... com o nosso mais puro amor e o mais sincero gesto de carinho....
Um beijo no coração de minha mãe e no de todas as outras mães.....
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(.....imagem google.....)