"A BOLA DA VEZ"
Interessante como o Brasil tem se tornado “A bola da vez” na Améria do Sul. Isso lembra aquela conduta da pessoa invejosa que mora ao lado de um outro e formaram uma falsa amizade, somente porque cresceram juntos, mas cujas evoluções foram opostas, uma vez que um cresceu sob o ponto de vista econômico, tornando-se um grande empresário pelo seu próprio esforço, porque desde cedo dedicou-se com afinco aos seus problemas e assim acabou progredindo, conquanto o vizinho ciumento que não procurou a melhor forma de progredir, deixando passar as oportunidades, dedicando maior parte do seu tempo com diversões, ficou estagnado e depois de passados alguns anos, vendo-se tolhido pelo infortúnio das necessidades, acaba se virando contra o antigo conhecido, desprestigiando suas ações, desejando que aquele ostensivo progresso também se transforme em migalhas.
Quem não se lembra do episódio do gás da Bolívia, sendo que logo que Evo Morales se elegeu a primeira providência que tomou foi banir a Petrobrás de seu território, dificultando todas os processos de negociações que atendessem o interesse do Brasil e praticamente se aponderou de toda essas riquezas que estavam no território boliviano, inclusive movendo o Exército Nacional para que as empresas brasileiras fossem desocupadas.
Agora, logo que o ex-bispo Fernando Lugo se elege, depois de promessas mirabolantes, para poder tirar o partido Colorado do poder, a sua primeira atitude como Presidente eleito foi divulgar para o País e para o mundo que vai rever o contrato da Itaipu – Usina hidroelétrica multi-nacional – que tem validade até 2023, sob o fundamento de que o Brasil está pagando um preço quase irrisório pela energia que é produzida naquela Usina, cuja quota caberia ao Paraguai, ante a sociedade firmanda por ocasião da construção do complexo da referida Hidroelétrica.
Já o mentor maior das ações do nosso Poder Executivo Nacional, em viagem pela África, em GANA, responde que o Brasil não irá operar nenhuma mudança nos termos do contrato assinado entre Brasil e Paraguai. Na mesma caravana, o seu Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com um discurso completamente oposto ao do Presidente Lula, diz que de fato esse contrato merece ajustes e que o Brasil poderá negociar novos índices.
Essas cenas grotescas de nossos governantes é que nos conduzem para um buraco negro no mundo das relações diplomáticas. Enquanto ninguém se entende aqui no Brasil, o Presidente Eleito do Paraguai joga todas as expectativas de sua gestão em cima dos dólares a mais que podem vir do Brasil e relativos a esse ajuste do contrato da Itaipu. De duas uma: ou, aquele novo líder do País vizinho faz um jogo politico (apenas como discurso) submetendo sua postura como chefe de Estado a essa possível arrecadação a mais; deixando a expectiva do seu sucesso como governante em cima dessa receita; ou então, vai endurecer no tratamento desse episódio – como já fez Evo Morales – exigindo essa correção, já que conhece o nosso Presidente e sabe que este prefere bater no ombro do adversário do que enfrentá-lo com ações duras visando defender nossa soberania.
Enfim, enquanto os outros Países que hoje se agigantam na trilha da liderança de Hugo Chaves, o Brasil fica ao largo, encolhendo a barriga, como se essa batalha não fosse nada que pudesse atingir nossas fronteiras, inclusive fechado os olhos para a questão geográfica, posto que nosso País é vizinho desses países que tentam se organizar à custa de uma política beligerante.
Todos esse pavios acessos podem gerar sérias conseqüências num futuro remoto. Já é hora de nossos governantes apagarem esses pavios com água fria, ou seja, trabalharem a questão através da diplomacia, mas com ações duras que visem demonstrar para a outra parte que os países vizinhos dependem um dos outros em razão de suas fronteiras. Se precisar ser desenvolvido algum embargo econômico isso não pode ser descartado.
Enquanto isso, nós brasileiros, somos obrigados a pagar por uma energia elétricas das mais caras do mundo, pois em recente reportagem de um canal de televisão, ficou evidenciado que os impostos embutidos tornam as taxas bem elevadas. Aqui em nosso Estado, MS, em recente ação desenvolvida pela Promotoria Pública, a ANEL reconheceu ajustes abusivos, no entanto, a forma de reposição desses ajustes é a mais absurda possível, ou sejam, em longos anos e o consumidor não notará nenhuma redução da sua conta mensal.
Esperamos que todo esse impasse, mais uma vez criado com um país vizinho, não torne nossa vida ainda mais dura do que já é. O Paraguai vive uma história de estagnação porque passou por longos anos ditaduras. Esperamos que a democracia – recém instalada - não queira recuperar o tempo perdido às custas de políticas de mal-estar com os seus países vizinhos. Sugerimos que o Paraguai faça como o Brasil que também saiu de uma longa ditadura, mas nem por isso precisou invadir a soberania alheia para recuperar sua economia.