LABIRINTO
Um homem pode se perder no labirinto que criou. Uma mulher pode se prender na teia que ela própria manipulou. Roda gigante, girando, noite e dia, acontecia, no universo, este, nosso, cósmico, aparentemente infinito - enquanto dure - relativo, com buracos negros, neste céu azul, de evolução em evolução, vivemos sempre num apocalipse.
Um homem pode se perder no labirinto que criou, roda gigante, globo da morte, situações de risco, a gravidade do ato, ele e ela, imangina que o ápice é apenas o começo de um sonho, mas a realidade, que não tem idade, sempre foge, para bem longe de nossos olhos, visão embaçada, tempo perdido?
Um homem se acha gigante, se perdeu no seu labirinto, sua teia, complexo interior que o exterior não resolve, recolheu pedaços espalhados pelos quatro cantos, globalizou, fantasiou, castelos na areia, vôos muito altos, e ainda procura por uma resposta, em meio a tantas perguntas.
Um homem, uma mulher, acredita piamente, se paga um preço tão alto para viver, quer desfrutar de alguns momentos oníricos, para não enfartar aos trinta. Acredita que vai sobreviver, mesmo com tantas armadilhas espalhadas nas calçadas, nos becos escuros pelos quais passou, e passará.
Um homem pode se perder no labirinto que criou, buscou tanto, procurou tanto, insistiu, perseverou, ansioso, deseja saber, mas não sabe, procura mas não encontra, não sabe para onde ir, sorri, mas é verdade que andou tanto e não encontrou nem uma resposta, ainda mais duas, ou não soube fazer a pergunta certa, manipular, não encontrou seu tesouro, buscou tudo e não achou nada.
Afirmo, financeiramente falando, neste labirinto, é um preço muito alto, um valor astronômico para nossa realidade, dualidade, fatalidade humana, viver aos trancos e barrancos, não sabendo ao certo o que é errado, se viver vale a pena, por quê é tão caro? Meu caro, seja ele ou ela, isto ou aquilo, as respostas estão no interior, acima de qualquer capital, longe das mesquinharias, perto demais do coração.