Cura com chifre em pó!
A esposa demorava a chegar, a sua cabeça coçava e não havia quem, naquele momento lhe explicasse o motivo. Com certar dificuldade pelo peso do sono que era grande, foi ao banheiro e balançou os caracóis de seus cabelos e com a ajuda de um pente fino viu a pia branca escurecer de piolhos, daqueles que fazem o leitor psicologicamente sentir coceira. Estava explicada aquela noite de dupla agonia; da demora de seu amor, e da persistente coceira. Embora com profundas calvos na testa ali também sentia uma estranha vontade de coçar! Contudo pode, naquela noite, voltar para aliviado para a cama, isto após um bom banho com o uso de um bom xampu.
No dia seguinte no mesmo horário uma nova coceira e nova demora de sua amada. Um fato, no entanto, lhe chamou a atenção; não havia ir dar aula ou visitado alguma escola pública, então não haveria razão de estar com a cabeça cheia de piolhos! Foi novamente ao lavabo conferir, e lá constatou que embaixo de nenhum dos caracóis de seus cabelos havia o bichinho que faz coçar, e estranhou que nas “entradas” se fixavam os pontos da agonia. Tomou banho, usou o eficiente xampu e a coceira continuava! Nesta segunda noite, diferente da primeira, voltou para a cama coberto de preocupação e insônia!
Tal como a todos que sentem igual coceira, começou em pensamento viajar pelas vielas da cidade, estudou todas as possibilidades, calculou todas as perguntas. E ficou acordado em uma noite da sua agonia, por “eles” queria morrer. Amanheceu e ela não chegou; foi como se houvessem adubado para um crescimento precoce! Mas adubado o que? De cabeça baixa seguiu até a padaria resmungando “hum, mum, muh”, parecendo alarme vibratório de celular. E ai de quem ousasse perguntar o mal que o levara à tão estranho comportamento.
Após seu solitário e requentado café sentou-se na soleira da porta principal, e dali entre um e outro olhar para cada uma das esquinas, caia uma lágrima daqueles olhos vermelhos de sono e choro. Os vizinhos que passavam e viam tal cena nem se atreviam perguntar, era um caso particular que há muito a rua sabia menos o morador daquela casa. Mas um estudioso e sábio senhor, penalizado pelo solitário homem, sentou-se ao lado e deu a receita: “Para seu mal o remédio é chifre em pó. Pega o teu par tritura e espalha pelo jardim”. Na hora passou uma bela morena bem em frente a sua casa, não deu outra, o então sofredor ajustou o nó da gravata, e vive momento de alegria e emoções com um novo amor!
Ela, a sumida, não sabe da felicidade dele, pois nunca voltou para conferir o que resultou de sua fuga com outro!