DIA DE ESCALPOS
Sou do tempo que ia ao cinema para ver os filmes de mocinhos e geralmente existiam índios hostis que atacavam as carruagens de tiravam os escalpos que eram guardados nas cabanas como símbolo da guerra. Naquela época Hollywood já mostrava as atrocidades que se instalavam nas reservas indígenas, mostrando que o branco - à procura do ouro ou de terras mais férteis - invadiam as reservas ocasionando guerras que dizimavam um grande número de índios que tombavam em nome da manutenção da espécie.
No Brasil, quando Cabral desembarcou com suas Naus o primeiro contato foi de certa cortesia, com trocas de metais brilhantes em favor da amizade e da compreensão pela invasão. Mas, soubessem os Tupiniquins que a presença do homem civilizado não seria benéfico, certamente que naquele primeiro momento tinham dado a vida para defender suas terras.
O fato é que a civilização avançou. Por essa razão não seria os índios frear essa expansão demográfica, posto que esse desequilíbrio natural, fez com o que o homem civilizado avançasse suas divisas e a conseqüência inevitável era atingir aquele povo mais fraco, pois enquanto a civilização experimentava o poder do progresso, através de meios eficazes de desenvolvimento, o índio tinha de permanecer nas suas reservas sempre fazendo delas seu habitat natural.
Hoje restam poucas etnias que ainda sobrevivem nas suas parcas reservas, tornando a sua subsistência um problema Estatal, pois os índios são obrigados a ingressar no mundo civilizado para poder continuar vivos e isso causa alguns transtornos que são típicos da cultura indígena, já que esse ser silvícola - depois de passados tantos séculos – ainda não conseguiu se adaptar à vida urbana, tendo dificuldade para o trabalho etc.etc.
Assim, hodiernamente, vê-se nas tribos sérios problema se auto-estima e a população indígena vêm se auto-flagelando, com suicídios, homicídios, anarquias dos costumes etc. etc.
Mas, felizmente, o índio hoje é para nós civilizados um ser muito raro que merece um espaço natural para sua sobrevivência. Por essa razão, os organismos internacionais de proteção à nação indígena vem tratando desse tema com muita preocupação e procurando interceder nas ações Estatais visando oferece o mínimo de dignidade humana para esses seres que vieram primeiro que nós, mas que a civilização se encarregou de quase dizimá-lo, por conta do progresso e da evolução dos meios de consumo.
Neste dia 19 de abril de 2008, ainda temos de venerar essa raça que ainda consegue ficar de pé entre tantos percalços que ainda a assolam como ser humano.
Eu, que venho do interior em cuja região havia muitos índios, aprendi a apreciá-los de perto, admirando suas culturas, suas danças, suas comidas típicas. Enfim, neste dia do índio, temos de refletir que essa raça – como tantas outras que sofrem em nosso meio – tem o direito de ter um espaço para sua sobrevivência. Por isso, são importantes as iniciativas privadas e os mecanismos de defesas Estatais, para que os nossos índios continuem a fazer parte de nosso meio; mas não como seres desprezíveis – como pensam alguns – mas sim como pessoas genuínas que merecem nosso apreço, por não terem as oportunidade que tivemos para evoluir no que diz respeito ao acesso ao progresso e à vida coletiva e urbana.