"Consciência de patriota ainda que tardia" -parte II
“Consciência de patriota
Ainda que tardia” ( parte I I )
Por Poet Ha, Abilio Machado
Nos idos 21 dias deste abril, o mártir da inconfidência mineira ou seria brasileira, nunca gostei muito deste umbigoidismo mineiro de achar que a revolução é só de lá, de minas Gerais. Joaquim José da Silva Xavier, alferes e dentista, deu início ao movimento de libertação das amarras portuguesas, fazendo-me lembrar ao vê-lo uma mistura ímpar de Jesus Cristo pela maneira que o retratam as gravuras e pinturas alusivas à sua pessoa. Uma partezinha de Robin Wood pela sua nobreza e depois abandono a dedicar-se pela plebe. E fechando os olhos o visualizo como Martin Lütter King e até um Malcon X em seus discursos inflamados de conduta e regência aos que o ouviam.
Joaquim ou Tiradentes foi traído por um colega de armada, preso nos porões do império, torturado e num julgamento sem precedentes foi condenado, sua pena a morte por enforcamento, foi executado em praça pública.
Muitos de seus pacientes, de seus comandados, de seus amigos e parentes estavam lá, vendo-o ser humilhado e depois pendurado no cordame de crinas de cavalo, sua veste quase uma túnica faziam um apelo aos compatriotas de sua figura e de nada valeu, a tampa do foco abriu-se e seu corpo foi seguro no ar, sobre o tablado de madeira, alguns fecharam os olhos e outros aplaudiram a castração da revolução.
Se isto não bastasse à revolução, resolveram usar do terrorismo, a imposição do medo. Cortaram seu corpo em alguns pedaços e espalharam pelo país, em algures para que mentes perniciosas não ousassem levantar motim.
Estes detalhes foram mais tarde usados depois durante a ditadura militar, outros tantos foram torturados e executados e chamados de subversivos.
Se Tiradentes vivesse hoje, como seria sua conduta? Pois vivemos uma época de pós ditadura em que cantar o Hino Nacional é violar a conduta de rebelde sem causa; época em que sentimentos de patriotismo, nacionalismo, é coisa de politicagem; numa época em que cidadania, socialismo e amparo é coisa de cuidados ongs e de descaso de governo; numa época em que amor à terra, saúde ao povo e respeito é coisa fora de moda até mesmo a aqueles que prometeram proteger a vida, proteger e servir, dar e amar.
Tempo esse que a maior parte dos brasileiros acha ou imagina que globalização seria todas as TVs estarem sintonizadas na rede globo... Como seria a reação e a conduta deste dentista? Seria como alguns que cobram do sistema de saúde horrores para transformar o Brasil num país de desdentados? Ou outros que faturam para transformá-los com ferros nas bocas, ou inventarem implantes, para depois irem gastar os tostões nos rincões suíços, ou deixaria sua terra para ir trabalhar na terra do império, Portugal... Seria assim ou continuaria sua revolução... Duvida cruel...
Neste mesmo 21, comemora-se um aniversário especial, uma cidade que aprendi a amar pelos anos que lá vivi Brasília, no Distrito Federal. Centro do país quero dizer, centro político-administrativo do País. Inaugurada em 1960, com um prazo recorde em construção de 41 meses, projeto urbanístico, arrojado e funcional de Lucio Costa, que contou com a arquitetura invejável de Oscar Niemeyer, o qual usou e abusou das formas curvas, concreto e vidro.
Uma das primeiras providências de Juscelino Kubistscheck quando a presidência do País. Delimitou o Distrito Federal e criou a Novacap. A capital é nova em realização pública, mas como projeto de capital, historiadores fazem menções ao Marquês de Pombal (1699-1782), que defendia a idéia por achar o centro do país um local de extrema segurança para uma capital nacional. Sendo então que a sua área foi oficializada na 1ª Constituição do Brasil, artigo 3º, em 1891. (Conhecer. Abril. V.14).
Saudade de suas ruas sem esquina, de seus prédios-monumentos, os Palácios, os Ministérios, a Rodoviária, Conic, Galeria das Nações, a Catedral, o Museu Histórico, os parques, as piscinas nos finais de semana, no Clube do Congresso, suas Cidades Satélites e principalmente de seu povo, lindo e inteligente, que tem fé no país e treinam dia-a-dia para garantir essa supremacia, tem os que vieram de todas as partes para produzir a capital do país e como nada é perfeito... Tem alguns que não valem a pena comentários, mas eu me vingo deles é nas eleições.