MARIANO DE JOAQUIMZIM
Era costume dos mais antigos registram os filhos homens apenas com o sobrenome do pai e as filhas mulheres, com o sobrenome da mãe. Mariano era filho de Joaquim Rodrigues da Silva, Joaquimzim ou simplesmente, e por causa dessa tradição foi registrado como Mariano Joaquim da Silva. Do mesmo modo, os filhos de Mariano, arrastaram esse Joaquim, daí a se ter: Manuel Joaquim, Cãndido Joaquim entre outros. Já a esposa de Mariano, se chamava Josefa e por isso, as filhas registradas como: Edwiges Josefa, Luíza Josefa, Rosa Josefa e Antônia Josefa, a caçula da parte das mulheres, porque Pedro Joaquim foi o último filho do primeiro casamento de Mariano.
Mariano era católico e não perdia os festejos de Nossa Senhora da Conceição, no dia oito de dezembro em Bocaina , terra de Josefa, sua primeira esposa. Nascido em 1877, foi um dos fundadores do Povoado Rodeador no município de Picos, Piauí, professor bem conceituado, alfabetizou todos os filhos, alguns genros, sobrinhos e netos. Sua história merece registro, não apenas pelo fato de ter sido uma figura de suma importância na comunidade em que estava inserido, mas também pelo lado curioso de sua história de vida. Ele foi ao mesmo tempo, padrasto e sogro de Antônio Delfina, teve filhos que eram ao mesmo tempo, irmãos e cunhados entre si..
Conhecido por Mariano de Joaquimzim ou Mariano Grande, ele ficara viúvo com doze filhos para criar, entre eles, Antônia de seis anos. A algumas léguas distantes dali, mais precisamente nas Guaribas, município de Picos do Piauí, Delfina ficara também viúva, mas com apenas um filho, Antônio, de doze anos de idade. Os dois viúvos se casaram e Delfina veio morar no Rodeador, trazendo Antônio, seu único filho.
Depois que os dois viúvos se casaram, (Mariano e Delfina) geraram três filhos, Maria Francisca, Maria Floripes e Pascoal Silva. Nada haveria de curioso, se Antônio filho do primeiro casamento de Delfina não tivesse casado com Antônia, filha do primeiro casamento de Mariano. Por conseguinte, Antônio Delfina não tinha parentesco com Antônia filha de Mariano, visto que cada um pertencia a árvores genealógicas diferentes.
E assim, a partir da união de Antônio Delfina com Antônia Josefa, Mariano que já era padrasto, tornou-se também sogro de Antônio Delfina. O mesmo acontecendo com Delfina, que era madrasta de Antônia Josefa e passou a ser também sogra. Mas as coisas não param por aí. Como ficam os três filhos que nasceram do casamento dos dois viúvos?
Não tão simples, pois Maria Francisca, Maria Floripes e Pascoal Silva são irmãos de Antônio Delfina, por parte de mãe e irmãos de Antônia de Mariano, por parte de pai, portanto com o casamento de Antônio Delfina com Antônia Josefa, os três filhos de Mariano e Delfina são irmãos consangüíneos de Antônio por parte de mãe e cunhados porque são irmãos de sua esposa, por parte do pai dela. Com Antônia acontece a mesma coisas, seus três irmãos são também seus cunhados.
Pascoal Silva com 80 anos é o único sobrevivente da primeira geração de Mariano Grande, mas quando alguém o procura para destrinçar parentesco ele responde: “ Vá perguntar a Diassis , ele é que sabe mais do que eu.”
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Diassis. Filho de Antônio Delfina e neto de Mariano Grande
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Adalberto Antônio de Lima