VIOLÊNCIA BANAL
É triste constatarmos que a violência está banal. Estamos vivendo realmente a “Síndrome da Violência Banal”, que já foi discutida aqui de forma muito competente pelo escritor Alexandre Lana Lins, no texto “Gato mata cão por causa de latido” (http://www.recantodasletras.com.br/artigos/864665). A metáfora usada pelo escritor retrata bem a nossa realidade, onde a agressão simples e sem motivos aparentes virou “coisa corriqueira”, banal.
A violência está estampada nas primeiras páginas dos jornais, está nas noticias da TV, nas discussões, em programas de debates, nas conversas da esquina... Dormimos e acordamos sob tensão.
São tantos casos, tantos absurdos, que chegamos até a duvidar se são reais. Exemplos: o mais comentado do momento: Isabella Nardoni. Quem não se emocionou, se indignou, não se colocou no lugar da mãe dessa menina que sofreu tamanha violência? E quantas outras “Isabellas” são sacrificadas todos os dias no silêncio dos seus lares e nem ficamos sabendo?!
É, a violência está nos assombrando e quando se aproxima da gente na pele de pessoas queridas ficamos ainda mais assustados. Pois vivi isso essa semana. Meu sobrinho de apenas 11 anos foi agredido de forma estúpida e covarde por um homem que invadiu sua casa. Não houve reação, não houve motivos, mas, além de roubar a TV, o meliante sentiu-se no direito de agredir um menor que não lhe representava nenhuma resistência. Talvez porque para ele a violência é banal, faz parte do seu dia-a-dia, do seu “trabalho”.
Um misto de revolta, de angústia, de impotência invade nosso peito diante de uma situação dessa. Até quando ficaremos a mercê de pessoas sem escrúpulos? Quando e como acharemos a solução para essa síndrome que assola os quatro cantos desse país, quiçá do mundo?
No momento, o que me acalenta é a fé. O que me dá força são os amigos. O que me faz caminhar é a esperança de que essa banalização vai se desfazer, e um pouco de paz se fará presente em nossas vidas.
Um grande abraço!