O BILHETE.
Na cabeceira da cama, um livro mal lido.
Na escrivaninha, objetos desarrumados.
Algo acontecera.
Ela não estava em casa.
Passos-detetives percorreram os aposentos.
Um caminhar de homem-gato, sem fazer barulho.
Suspirava fundo, vendo a bagunça total.
Tudo desarrumado.
Um assalto?
Um seqüestro?
Pensou na conta bancária. No alto preço do resgate.
Correu ao telefone.
Hesitou ao ver o bilhete.
Nele, escrito:
Adeus!
Pode chegar sempre mais tarde e esquecer o nosso aniversário...de casamento.