CRÔNICA PARA DIMINUIR O ÊXTASE
Ontem à noite pedi a minha amada que fizesse o pé do meu cabelo (esta catacrese é horrível) e lustrei a estante musical de "maestro" - estou metido a bestinha. Eu mesmo cuidei de passar minha camisa da Orquestra Infantil de Flautas que estou "regendo".
Hoje cedo apresentamos pela primeira vez fora da Escola Municipal do nosso bairro. Imaginem o frenesi! Quatorze crianças de 9 a 12 anos tocando flauta doce na Câmara Municipal de nossa cidade. Foi difícil conseguir a concentração dos meninos e meninas.
Ensaiávamos no terceiro andar da Prefeitura quando o Jorjão - é assim que eu o chamo - garoto mulato de temperamento alegre, me perguntou onde estava a câmara olhando para o teto. Pensou que tocaríamos diante de uma câmera. Descontraímos!
Daí a pouco tocamos 5 músicas na Comissão para Combate às Drogas da Cidade. As crianças liam as partituras e eu imitava maestro - na verdade sou clarinetista e fiquei muito tempo parado. Nosso objetivo é apartar as crianças que moram em área de risco, da ociosidade, através da música.
Fomos aplaudidos de pé e sobretudo, as crianças cresceram como pessoas. Isto é o que importa.