O povo fala, Paradinha...
Morreu de complicações cardíacas o querido Paradinha, radialista/humorista de Rietê.Correm boatos de que pasara mal na rua e fora levado à Santa Casa. Lá chegando o médico decidiu que não adiantaria conduzí-lo a outros centros mais avançados porque não resistiria à viagem. E foi exatamente este boato “não resistiria à viagem” que me levou a escrever este artigo.
Ora, pensemos: se é possivel definir com toda a certeza, através de exames superficiais, se um paciente resiste ou não a viagem até ao centro mais avançada, para que serve a ambulância UTI que custou os olhos da cara? Tal empreendimento está, de fato, a serviço de todos? Em alguns lugares, todos pagam a conta, mas, somente os ricos utilizam serviços públicos. Fiquemos de olho!
Acontecem coisas neste nosso brasilzão que só se acredita vendo. Vou narrar agora um fato que você, leitor, chamar-me-á mentiroso. Chamar-me-á mentiroso porque o fato é inusitado e somente quem o presencia/presenciou, acredita. Aconteceu comigo e ninguém, sequer, recebeu uma careta como repreenda. Leia com aenção e responda: sou ou não sou um tremendo mentiroso?
Foi assim: meu cachorro fugiu à tardinha e ficou preso dentro do cemitério defronte. Pôs-se a latir. Latia alto, forte e dolorosamente. Meia hora, uma hora, duas... E o animal em irritante cantilena. Eu a ponto de enlouquerce, pricinpalmente, porque a vizinha havia dado a luz: a criança recém-nascida, a mãe, o repouso de ambas, o sossego da vizinhança... Liguei para deus e o mundo e nada.. Absolutamente ninguém podia fazer nada e fui alertado de que não podia ‘invadir’ o cemitério para tentar resgatar o cão desesperado.
E agora vai o inacrditável: de uma dessas instituições (totalmente bancada pelo dinheiro público e que tem excelente fama ante a população que eu nem ouso citar o nome) ouvi o seguinte: “não podemos fazer nada. A menos que você conheça alguém importante na cidade que possa falar por você”. A coisa chegou a este ponto?, perguntei-me. Que sempre foi assim, todos nós sabemos. Agora, jogar na cara desta maneira, é desaforo! Sabe o que fiz? Nada. E você, faria o que?
O Brasil trabalha de sol a sol para almoçar e jantar. Nos dias de folga senta o bundão diante da tv para assistir futebol, a dança dos famosos... Quando teria tempo para pensar, compreender, e agir no sentido de que uma nação se faz com a participação responsavel e consciente de cada um? Você, caro leitor, que naturalmente se considera engajado, explique-me: o que está acontecendo na Raposa/Serra do Sol e o que isto tem a ver conosco? Sei que você está a gaguejar. Mas, não se aborreça. Lembre-se apenas que você pertence ao grupo de cidadãos conscientes e politizados. Imagine quem entregou os pontos no início do antigo ginário!
Sabe quando mudaremos esta engrenagem viciosa que devasta tudo e todos feito trator de esteira? Em muitas década. Há estudiosos que dizem que para conhecermos o nivel educacional de uma individio é necessário que se inicie pelo avô deste. Em seguinda, considera-se a possibilidade de uma bananera ter proudizido laranja.
Falo assim porque sou pessimista, fundamentalista? Não. Falo para que fique claro a necessidade de que é preciso, um dia, começar a grande empreitada.
Concluindo, entretanto, asseguro: somente Deus sabe se houve ou não negligência no socorro ao ídolo popular, Paradinha. Lembremo-nos de que, desta vez, foi ele; quem será amanhã? Dizem que um ídolo nunca passa impunimente pela vida. Verifique quanto tens, leitor, no bolso, no banco... E se ligue aí!