UMA VIDA DEVOTADA AO DIREITO
Estava no recesso do meu lar e depois de ler alguns capítulos de um livro excelente do Téologo Jun Mo Sung e cujo título é “Um Caminho Espiritual para a Felicidade”, resolvi dar uma zapeada na TV, mas convenhamos, ela nem sempre tem algo que valha a pena assistir. De repente, parei o controle remoto na TV Assembléia de São Paulo que fazia homenagem ao Dr. Waldir Troncoso Peres, considerado “príncipe dos advogados criminais” e como uma "lenda viva dos Tribunais do Juri".
Realmente, ouvir Troncoso Peres é um privilégio tendo em vista suas lúcidas idéias que vão tomando forma na mente dos ouvintes após serem pronunciadas pelo ilustre tribuno que deixou de atuar em razão de sua saúde debilitada.
O Dr. Troncoso Peres nasceu na bela cidade de Vargem Grande do Sul, no Estado de São Paulo, foi aluno da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, formando-se em ciências jurídicas e sociais em 1946.
Bem, não tenho condições de traçar aqui um perfil sobre quem é Troncoso Peres, mas a cena da homenagem me tocou profundamente. O deputado Fernando Capez teve a iniciativa da homenagem, muito feliz, por sinal.
Falou o Borges D´Urso , Presidente da OAB Secção de São Paulo, falou o filho do homenageado e a atmosfera era mesmo de muita emoção. O Dr. Waldir Troncoso Peres não se fez presente, impedido por um problema de saúde, mas foi bem representado pelo filho e demais familiares.
Por último o deputado Fernando Capez discursou e enfatizou sobre a importância da defesa para um acusado de crime. Trouxe uma ilustração de um indivíduo que foi acusado do cometimento de um crime, num lugar onde imperava o arbítrio. O soberano, um déspota terrível, disse que estavam em suas mãos dois papéis, um com a palavra inocente e outro no qual estava escrito culpado. Se o acusado pegasse o papel com a palavra CULPADO, seria morto, mas se pegasse aquele papel com a palavra INOCENTE, estaria absolvido e livre.
O advogado de defesa, tão logo o seu cliente fez a escolha de um dos papéis, certo de que o soberano estava blefando, pois colocara nos dois papéis a palavra CULPADO, adiantou-se e pediu que o réu lhe passasse o papel antes de abri-lo. Mal lhe foi entregue o papelucho e ele foi enfiando na boca passando a mastigá-lo rapidamente e em seguida engoliu o papel.
O soberano disse que o advogado prejudicou as regras estabelecidas e que agora não saberia qual seria o resultado do julgamento. O defensor, de forma tranqüila ponderou: Ora, Majestade, é muito simples: Se o papel que está em sua mãe estiver escrito culpado é porque o que eu acabei de engolir estava escrito inocente e vice-versa.
O tirano acabou ficando sem opção, pois nunca iria admitir que havia sentenciado o rapaz à morte de forma tão covarde, assim, deixou-o retornar à liberdade.
Essa lição valeu o tempo que passei em frente à TV.
O meu respeito e a minha admiração por Waldir Troncoso Peres pela sua dimensão humana e pelo seu exemplo de dedicação ao Direito.
PS: O Dr. Waldir Troncoso Peres faleceu posteriormente à esta crônica.
Estava no recesso do meu lar e depois de ler alguns capítulos de um livro excelente do Téologo Jun Mo Sung e cujo título é “Um Caminho Espiritual para a Felicidade”, resolvi dar uma zapeada na TV, mas convenhamos, ela nem sempre tem algo que valha a pena assistir. De repente, parei o controle remoto na TV Assembléia de São Paulo que fazia homenagem ao Dr. Waldir Troncoso Peres, considerado “príncipe dos advogados criminais” e como uma "lenda viva dos Tribunais do Juri".
Realmente, ouvir Troncoso Peres é um privilégio tendo em vista suas lúcidas idéias que vão tomando forma na mente dos ouvintes após serem pronunciadas pelo ilustre tribuno que deixou de atuar em razão de sua saúde debilitada.
O Dr. Troncoso Peres nasceu na bela cidade de Vargem Grande do Sul, no Estado de São Paulo, foi aluno da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, formando-se em ciências jurídicas e sociais em 1946.
Bem, não tenho condições de traçar aqui um perfil sobre quem é Troncoso Peres, mas a cena da homenagem me tocou profundamente. O deputado Fernando Capez teve a iniciativa da homenagem, muito feliz, por sinal.
Falou o Borges D´Urso , Presidente da OAB Secção de São Paulo, falou o filho do homenageado e a atmosfera era mesmo de muita emoção. O Dr. Waldir Troncoso Peres não se fez presente, impedido por um problema de saúde, mas foi bem representado pelo filho e demais familiares.
Por último o deputado Fernando Capez discursou e enfatizou sobre a importância da defesa para um acusado de crime. Trouxe uma ilustração de um indivíduo que foi acusado do cometimento de um crime, num lugar onde imperava o arbítrio. O soberano, um déspota terrível, disse que estavam em suas mãos dois papéis, um com a palavra inocente e outro no qual estava escrito culpado. Se o acusado pegasse o papel com a palavra CULPADO, seria morto, mas se pegasse aquele papel com a palavra INOCENTE, estaria absolvido e livre.
O advogado de defesa, tão logo o seu cliente fez a escolha de um dos papéis, certo de que o soberano estava blefando, pois colocara nos dois papéis a palavra CULPADO, adiantou-se e pediu que o réu lhe passasse o papel antes de abri-lo. Mal lhe foi entregue o papelucho e ele foi enfiando na boca passando a mastigá-lo rapidamente e em seguida engoliu o papel.
O soberano disse que o advogado prejudicou as regras estabelecidas e que agora não saberia qual seria o resultado do julgamento. O defensor, de forma tranqüila ponderou: Ora, Majestade, é muito simples: Se o papel que está em sua mãe estiver escrito culpado é porque o que eu acabei de engolir estava escrito inocente e vice-versa.
O tirano acabou ficando sem opção, pois nunca iria admitir que havia sentenciado o rapaz à morte de forma tão covarde, assim, deixou-o retornar à liberdade.
Essa lição valeu o tempo que passei em frente à TV.
O meu respeito e a minha admiração por Waldir Troncoso Peres pela sua dimensão humana e pelo seu exemplo de dedicação ao Direito.
PS: O Dr. Waldir Troncoso Peres faleceu posteriormente à esta crônica.