A morte da existência
Nos últimos dias a atenção da população brasileira está voltada para o caso da menininha Isabella que foi morta e depois jogada pela janela de um edifício.
Todos ficamos esperando mais um capitulo, uma nova descoberta, um indício, o que seja, para constatarmos o autor de tamanha crueldade.
Os requintes são tanto mais criativos quanto maior é o desejo de extinguir aquele que é o objeto do ódio.
Impressiona-nos o fato de que a menina foi agredida, estrangulada e depois defenestrada, ou seja, jogada janela à baixo.
Ficou claro que o assassino quis acabar, não só com a vida dela, mas com a existência também. Maltratar, bater, espancar, sufocar e, por fim, fazer sumir o corpo, como se o fato de jogá-lo pela janela, o mesmo desaparecesse no ar, alijando-o de si para sempre.
Entre outras, duas questões podem ser levantadas aqui:
a do potencial ilimitado da maldade do ser humano e sua engenhosidade; e, a da diversidade das estruturas psíquicas, mormente, referido ao louco. Quem, afinal, é o verdadeiro louco? Ele baba, joga pedra, anda descabelado?
O louco da idade média era maluco beleza. Raul Seixas preferia ser uma metamorfose ambulante.
Que tipo de personalidade é essa que, vivendo livremente em sociedade, sente prazer em cometer tamanha atrocidade contra um anjinho indefeso como a Isabella?
Que o assassino apareça, que a justiça seja feita e que Deus tenha compaixão de nós que ainda estamos por aqui.