JÁ DIZIA CAZUZA.
Lá vai a carruagem.
O cavalo, o cocheiro e o viajante.
O cavalo tem a força e faz o trabalho pesado. Pensa que tem o poder. Mas, é governado. Pra sua "proteção" nele são postos os antolhos. Assim não vê nada do que não lhe interessa ver. Não fica nervoso. Afasta-se o risco de rebelião.
O cocheiro pensa que governa o cavalo.
Não governa não.
Tem o chicote e a força. Montado no costado do animal.
Agita o chicote e bate com força e quanto mais bate mais quer bater. O cavalo coitado responde a cada bordoada com mais trabalho.
Dentro do coche vai um passageiro que ninguém sabe quem é.
O cavalo não sabe quem é.
Atrelado ao coche e com os seus antolhos decorados não tem como saber.
O cocheiro, servo, mero serviçal, o que faz o trabalho duro e sujo, nem ousa olhar.
E, até mesmo quando estaciona o coche, abaixa a cabeça em reverência e nada vê.
Assim são as coisas de estadista.
O povo é o cavalo.
O presidente é o cocheiro.
Quem nos governa é o viajante: quem será?
E já dizia Cazuza: Brasil mostra a tua cara, quero ver quem paga pra agente ficar assim...Diz quem é teu sócio... confia em mim...