Pra cima de “moá”?
Qual seria a verdade verdadeira sobre a alta de preços de alimentos? Sabe-se que mercado é mercado, logo, aumento de demanda sem aumento da oferta é igual a preços mais altos. Entretanto, pelo jeito, Europa e Estados Unidos, junto com a preocupação pelo indício de escassez, começam a deflagrar uma campanha contra a utilização de biocombustíveis alegando que os campos antes destinados a produzirem alimentos estão sendo usados para esse fim. No caso americano há verdade na menção, uma vez que plantam milho subsidiado do qual extraem álcool. É possível que ao nos sentirmos ameaçados, seja porque já fomos explorados de todas as formas durante todo tempo e / ou por ver poder ir por água abaixo a idéia de inundar o mundo com nosso álcool de cana e óleo vegetal misturado ao diesel. O fato é que não há notícia significativa de substituição de plantação de itens da cesta básica por cana no Brasil. O presidente não foi muito claro quando disse que “agora os pobres também começaram a comer”. O que ele dizia é que os países emergentes (Brasil, China e Índia), principalmente os dois últimos, estavam com 30 a 35% de sua população (e que população!) entrando no mercado de consumo de alimentos sem a contrapartida na produção e que seria esta a verdadeira razão da alta dos preços. A contribuição do desvio das culturas, (se já houver), deve ser insignificante e especulativa.
O ministro brasileiro em Doha (Suíssa) analisa o fato atribuindo valor positivo ao aparente desajuste atual. Ele destaca o redirecionamento que deve ter a política agrícola altamente subsidiada da Europa com excedente vendido a preços baixos na África, ao invés de se reduzir o subsídio e investir no local onde se vende barato, o que, até então, inibiu o desenvolvimento agrícola sem reduzir a fome naquele continente.
Voltando às barbas de molho, eu tenho a impressão de que as empresas de petróleo, de quem dizem fomentar guerras sangrentas na defesa de seus interesses, devem estar morrendo de rir com as declarações internacionais (até da ONU) contra os biocombustíveis.
A poluição, a degradação, os “Katrinas” e suas New Orleans pobres, as calotas derretidas, as camadas de ozônio esburacadas, as monções agigantadas da Ásia, os protestos dos Greenpieces da vida, as secas inusitadas? Que se explodam! (e nós também). Deus salve a América (do Norte) e a Europa. O resto é índio e cucaracho!