DOMINGO: ...Grite Poesias...

Uma noite de sono como há tempos não tinha. Hoje eu acordei ao meio-dia. Café da manhã com bolo de cenoura, suco de laranja e tinha até melancia. Não vou almoçar que eu quero aproveitar e andar pelas ruas vazias. Os cães estão furiosos e o gato esparramado no muro até parece que ria. Um carro passa por mim e buzina, mas pelo pouco que se mostra no vidro escuro não dá pra saber se conhecia. No alto do prédio em construção os operários trabalham, mas não deveriam. A caixa do supermercado também só descansa ao fim do dia. Eu hoje cismei que vou aquele parque onde sempre ia, mesmo que aquela menina que sempre estava por ali tenha se mudado para a Bahia. Maldita distância que impossibilita visitas rápidas. Hoje eu iria! Sigo caminhando por entre os prédios e suas sombras frias. Penso que há um mundo pra livrar de toda covardia. A coragem parece vazia. No meu mp3 toca VILANIA, porque eles são leves em suas melodias. No outro lado da rua um bêbado grita chamando alguma mulher de vadia. Em sua desilusão e falta de razão ele não sabe que grita poesias para as pessoas que faziam caras feias ao desfilarem sua apatia, e que ainda assim não ficavam imunes a toda aquela gritaria. E assim vai o domingo, rumo aos sonhos do amanhã, de dias melhores para minha alegria.

"...a febre de um sábado azul

e um domingo sem tristeza..." PARALAMAS DO SUCESSO