QUE NOITE !
 

É noite de inverno... Sexta-feira...
O chuvisco contínuo que vejo através da janela da sala, já fechada, para que o calor aninhe o recinto, me distrai por instantes.
Encolhida em meu canto, somente com a TV ligada, por falta de opção, sinto um soprar suave em minha nuca que, fora minha face, era a única parte do meu corpo descoberto, já que o rigor do frio era intenso, obrigando-me, inclusive, a usar luvas.
Esse deslocar torna-se cada vez mais forte.
Arrepio-me. Tremo muito.
Procuro ao redor e não vejo nada na penumbra.
Com muito sono, como uma sonâmbula, levanto-me, quase que me arrastando, dirijo-me até o final do corredor, apalpando as paredes e acendo a luz.
Deparo-me com uma “folha” de uma das janelas semi-aberta. Consigo travá-la.
Pronto...A brisa que adentrava cessou, podendo eu voltar para meu confortável sofá-cama, cobrir-me novamente com meu edredom e dormir até tarde, já que amanhã é sábado, minha folga.