O Bule

O vocábulo feminina tem sua origem etimológica como se fora uma reprimenda dos homens (mormente os religiosos) à representante fêmea da espécie. Fe-minus, fé-mina, femínima, semínima. Uma fé mínima é pouco, quase nada. Estamos reduzidas a ser um simples bule, aquele recipiente de pôr café = pouca fé...

Ah! Mas ainda existem as females, os males, os malefícios, os maus ofícios, a mais-valia.

À medida que vamos pensando, acrescentamos outro retalho à colcha. E temos de jogar alguns molambos e farrapos fora, pois só temos direito a uma cota de meia/tonelada/ano per capita. Uau! Quanto resíduo! E muitos residentes para dar conta da epidemia de dengue no país. Os resistentes estão se anabolizando e o pitboy empacotou depois de vários papelotes. Enquanto a ninfeta xuxete vira ninfomaníaca e faz fita pornô com um orangotango.

Mas quero falar aqui é do cio da fêmea homo. Meu filho mais novo, que é médico veterinário, me deu uma aula sobre as outras fêmeas do reino animal. Sempre digo que aqueles que entendem de éguas e vacas, entendem de mulher. A diferença no DNA e só de 2 por cento.

Elas outras, se estiverem fracas, doentes, subnutridas, param de ovular (ou amadurecer folículos), não entram no cio nem ficam prenhes. Prenhez não é palavrão, é só impregnação.

Se estiverem aleitando, a energia vital é preservada para garantir o leitinho da cria, poupar forças e recuperar o tônus vital e a saúde. Intercurso com garanhões? Nem pensar! Mas vaca não pensa. Guia-se pelo instinto. E o de sobrevivência é o mais forte.

E as fêmeas da espécie homo? Permanentemente no cio, desde a menarca até ao climatério, (que em países tropicais costuma ser bem longo e escaldante) + ou - uns 40 anos de prontidão. O estrogênio vai sendo destilado, os folículos se rompem, um ou mais de um a cada período, as trompas de Falópio se engrinaldam, o himeneu, himen-seu, ou himen dele, prepara um tálamo para um acasalamento, não obstante os lamentos e lamúrias. E os rebentos virão. hão de vir.mesmo indevidamente.

Costumo dizer num poema: Casamento?/ A casa lamento?/ Lamento muito e minto/ se disser /dessa água não beberei/ desse pão não comerei...

A natureza humana fêmea ( a macha também|) é sem juizo, sem previsibilidade, o instinto não preserva nem protege essa cio-osa e sedutora, possessiva e possuidora, ovuladora e resvaladora fé-mina. Por isso é que os programas do governo não dão certo. Não se entendem os porquês, não se buscam as causas, não se vai às fontes. Todo mundo fingindo que ensina e todos fazendo ouvidos moucos. Na Antropologia, no DNA mitocondrial é que está o ponto G. Já que o homo- macho da espécie, não tem útero, ovário, trompas, (alguns até fingem que têm), mas produz e renova seu caldinho espérman a cada 72 horas, ele deve fazer vasectomia. E não ficar procurando avidamente os vasinhos aqui e ali para depositar suas milhares de sementes, espertas, semoventes, em alta motilidade e velocidade, muito mais do que o Massa e o Barrichinelo conseguem em suas pálidas perfomances.

Também, com a proliferação do aedes-egypti (leia-se, please: EDES EGIPSE), sem vacinação, sem contenção para arrefecer e inibir os vôos, pousos e inoculações desses expertos lepdópteros, os recipientes não podem mais conter, não se podem dar ao luxo de serem continentes e contentes. Mas sim, contidos.

"Não é preciso ser indestrutível para ser um herói."

Berenice Heringer - Vila Velha, 02 de abril de 2008.

Berenice Heringer
Enviado por Berenice Heringer em 08/04/2008
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