João,um pobre homem
... conheço o João,alto,magro,trê filhos; Sara, Carla e Ronaldo de um casamento de 29 anos.
João jamais aceitara a morte trágica da esposa,Tereza Madalena, vítima de bala perdida.
João, professor de educação física, aposentado, com um semblante marcado por anos e anos de luta... Perambulava.
Conheço mesmo o João Alves, e o vi esta manhã na praça da Sé, em Crato...
__ Psiu!
__ Em que posso ajudá-lo senhor? Respondeu uma senhora de cabelos já grisalhos e com uma maquiagem simples no rosto rosado.
__ Lembro de tê-la visto,conversado e até mesmo amado você. E pegando delicadamente nos cabelos, continuou: __ Cortou o cabelo Tereza? Mudou as vestes? Mas está claro no meu pensamento;Tereza é você? É você tereza? E com uma lágrima quente sobre a face límpida e fria falou ainda:__ Por que desapareceu tão repentinamente do meu viver? O teu perfume sinto todos os dias, até lembro das batidas fortes do seu coração, aquelas batidas logo depois do prazer, depois de amar você. Está tão claro no meu pensamento,eu deitava a cabeça sobre teus seios excitados e nus e ouvia; pum,pum,pum. Tereza,minha Terezinha, porque não volta pra casa? O Ronaldo sente tanto a sua falta, você é tudo para ele, ele vive pelos cantos da casa,chora que parece aquele menino barrigudo que era quando tinha quatro anos. A Sara parece que vai mesmo casar mês que vem, e a Carla, ah, a nossa menina caçula tá precisando tanto,tanto de você,separou do Leandro semana passada,bem que você não queria aquele casamento,o Leandro batia na nossa menina Tereza... Ele batia... Rapidamente levou as mãos aos olhos enxugou as lágriamas e falou forte: E então, resposde Tereza,me dê a sua mão... Vamos pra casa agora? O sol daqui a pouco queima a sua pele. Vamos...?
__ Senhor, senhor por favor. Eu não em chamo Tereza, Deves está confuso, onde mora? Falou a senhora paciente e já preocupada.
__ Psiu,ei Tereza...! E João saiu pelas ruas com os olhos descrentes e rasos d´agua.