" A CADEIRA, A JANELA, A SOMBRA E ELA "

Já me acostumei. Quando chego, já há, umas vinte pessoas na fila, quando o ônibus saí, a lotação está completa. As pessoas se acostumaram. Todas, já se conhecem. Parece um grande recreio.

Falam das novidades. Contam fofocas, riem atoa. É sem dúvida, uma festa.

Ao entrar, procuro sentar do lado da janela, ( Na verdade, prá evitar a chatice do rala-rala ). Do lado direito, a viagem acaba sendo mais prazerosa, ( Claro, é o lado da sombra ). A brisa matinal, é uma

delícia.

Ela costuma sentar-se na janela a minha frente. Formosa,

com os cabêlos ao vento, fica ainda mais elegante. Está sempre muito bem bronzeada, ( Um dia desses a chamo prá ir a práia, quem sabe ).

Eu sempre deço antes dela. Pela farda que usa, acredito que trabalha num shopping aqui próximo. Um dia vou averiguar.

Hoje ela não veio. Deve trabalhar só de segunda a sexta. que pena, peão da educação, tem que repor aula dia de sábado. Não há problema.

Depois de amanhã, vou sentar do lado dela.

Eu gosto de ser baiano.