TRIO PARADA DURA !

Eles estavam sempre juntos, pareciam até trigêmios. Já era coisa certa. Encontrando um, não demorava, encontrava os outros.

Só que ultimamente, eu andava intrigado. Havia dias que eu não me batia com nenhum dos três, passei então a perguntar-me. O que será que estava acontecendo?

És que alguém me informou, que ambos estavam desempregados, e como eram profissionais de áreas destintas, provávelmente estavam buscando ocupações e serviços diderentes.

Os três gostavam de sentar-se e jogar conversa fora, melhor ainda se fosse regada a cachaça e tira-gosto. Numa dessas minhas andanças pelos becos da comunidade, dei de cara com os três. Naquele exato momento, sentir algo de estranho no ar. O semblante de ambos não deixava dúvidas que algo não estava correndo bem.

Pelo fato de estarem sem serviços, estavam preocupados com a chegada do feriado triplisi, ( Sexta-feira santa, sábado de aleluia e domingo de pascoa). E com isso, certamente, não haveria vinho, peixe, vatapá, caruru, feijão de leite, cachaça, judas e o tal ovo de pascoa. Para eles que adoravam uma muvuca, aquilo era uma verdadeira punhalada pelas costas. Não tinham nem ânimo para dominó e baralho.

E se fizessemos o pedágio de sempre?, ( Sugerir brincando, eles eram tão populares, que, com certeza, os moradores, logo, logo colaborariam ). Foi como o céu se abrindo, e os arcanjos tocando suas trombetas. Os olhos deles brilharam, foi como tivessem ressucitados.

O boné logo serviu de sacolinha. Antes mesmo do meio-dia, já tinham o suficiênte para o vinho da sexta, a cachaça do sábado e o ovo do domingo. Eu contribui com uns trocados e fui. Os três mosqueteiros estavam mais uma vêz em ação. E na segunda-feira, com certeza, a luta continua.

Eu gosto de ser baiano.