BATENDO CHOCOLATE
 
Dizem por ai, que um homem ao chegar à meia idade tem muitas histórias para contar, eu acredito que sim, mesmo que não tenha tantas, já me ponho a contar algumas. Mesmo quando nesse mundo por muito eu me pus a navegar.
Sempre indo de um país a outro, chapado e na volta o navio a qual me encontrava, voltava batendo chocolate pra nenhum marujo poder reclamar. Ou seja, para que vocês possam bem entender, a embarcação era um Ore/ Oil, que saia do Brasil, propriamente do porto de São Luiz ou de Vitória, carregado de minério para paises da Europa e do Japão, e por muitas vezes quando retornava carregado de petróleo ou mesmo vazio. Mas já me encontrando cá, comecei junto com os meus amigos e vizinhos algumas histórias para eles a parolar.
Quando muito, dizia isso, e dizia aquilo sem querer mesmo parar. Quando de repente vem a minha, dona, a minha amada, querendo também desses momentos de prosa participar.
Partiu do nada e da sua ânsia de comigo, querer arengar. Nada mais prestou. Fiquei medonho com o que ela pra todos dizia, e dizia muito bem explicado. Eu arranjava pra cima de mim uma dor de cabeça danada, quando uma dessas minhas histórias quis ela mesma comentar.
Contou uma, contou duas. A mãe dela, minha querida sogra, começou a mostrar-se revoltada e a querer me esculachar, e sendo assim para todos na mesma euforia, dizia para a minha cunhada, Maria... Que se a mesma não abrisse os olhos, a próxima vitima, com certeza seria ela.
Pois eu tinha ânsias de papá-la, ela por gostar tanto de crônicas e de poesias, e dos meus versos no seu dia-a-dia, nada tinha como deles reclamar. Foi logo se ajeitando e me dando algum sinal.
Quando logo o compreendi, como que se ela quisesse alguma coisa argumentar, mas na verdade a mesma tão somente naqueles galhos da tamarineira, e do jatobá, queria tão somente comigo, trepar.