Porque Sou Recantista?
Muitas vezes me pergunto: porque escrevo? Porque sou recantista? O que me convence que devo ficar horas no computador lendo, comentando, e se for dia sem sono, até digitar umas bobagens minhas...
No meu caso, não sou, e por hora não pretendo ser escritor profissional, então escrevo descompromissadamente. O que der na telha vai. E tudo tem a ver com o cotidiano, com as vivências imediatas, o que aconteceu "agorinha". Até o que acontece aqui no site, com o contato entre outros desvairados como eu.
Engraçado notar como é difícil falar para alguém que você escreve poesias. Digo, falar pessoalmente, cara-a-cara. Parece que é proibido. E, quando falo , solto uma frase mais complicada, os outros me olham estranho... como se eu fosse do lado oculto da lua, vai ver que sou.
Neste espaço cibernético, o conjunto específico de pessoas podem se encontrar. Ainda que de modo desajeitado, sem a presença. Até encontrei pessoas da minha cidade. Essa interação talvez seja o motivo de eu(nós) estar aqui.
Outro motivo é a possibilidade de expôr minhas idéias, ou minha visão do mundo. É que "idéia" vem do grego "eidos" que significa forma, mas forma estática, o que não vale para mim, minha forma é mutável. Já dizia o filósofo Heráclito de Éfeso: "Nunca é possível banhar-se num mesmo rio" e "Tudo muda".
Do mesmo modo que o obscuro filósofo, como foi conhecido, as poesias e demais criações minhas(nossas) às vezes exigem do leitor a capacidade de interpretação. Coisa que na fala do dia-a-dia, torna-se impraticável. O virtual é o real neste caso.
Sendo assim, esta realidade virtual nada virtual é espaço adequado para expor verdades subjetivas, conhecer pessoas que não se encontram e como catarse ficar aliviado de que não se está só. Por isso, há uma interdependência entre nós, Recantistas. Você e EU.
Obrigado por ler. Eu preciso disso.