A CONSULTA PSIQUIÁTRICA
Desde os tempos da Neuro-psiquiatria, do século 19, a humanidade foge dos loucos, com medo de ser atacada por este mal. É quase tão forte o preconceito, como o que existe para com os epilépticos e os leprosos.
Só para se ter uma idéia, a AIDS, apesar de toda propaganda de prevenção, induz nos jovens, menos defesa, que a exibida diante de uma consulta psiquiátrica.
Se o diagnóstico for o de uso de drogas então, frases como: "Imagine, se eu vou trocar uma droga por outra!...", são ditas, como desculpas pelo medo de enfrentar o tratamento com psicotrópicos. Acrescente-se a isto, a burrice dos órgãos competentes, em rotular de preto, as embalagens dos tranquilizantes. Isto cria tal pavor, em cima destes medicamentos, que muitos clientes fingem tomá-los, mentindo para seus médicos.
Aqui cabe uma fala, que repetimos à exaustão: _ Nunca aceitaríamos ser ministros de qualquer coisa, muito menos da saúde, pois temos certeza, ficaríamos no cargo por três dias. No primeiro tomaríamos posse, no segundo proibiríamos cento e tantos psicotrópicos, que julgamos desnecessários e maléficos e no terceiro dia seríamos expulsos do poder pelos laboratórios prejudicados e que mandam neste país.
Dentre os maléficos, incluímos os anorexígenos (tiradores de apetite), que por incrível que pareça, são usados pelas candidatas a bundchem, que não os temem, apesar de muitas ficarem zoropitós, mas rejeitam os antidepressivos, como o diabo a cruz. Seus argumentos: - Vou virar uma bola!
Os antidepressivos não produzem dependência. Repito isto todos os dias, sob o aval da Food and Drugs Administration - FDA-USA, maior autoridade no mundo sobre o assunto. Eles normalizam o metabolismo, à medida que recuperam as funções psíquicas. Isto quer dizer que, se a tendência orgânica for para um corpo cheinho, mesmo que o indivíduo esteja magro, pela depressão, irá ganhar peso. O reverso também é verdadeiro: Os cheinhos, emagrecerão, se for esta a sua herança genética.
Também as outras medicações são muito bem aplicadas, criteriosamente, pelos psiquiatras estudiosos.
O psiquiatra sabe disto e está atento para corrigir: as distorções criadas por um raciocínio errado, socialmente inadequado, modista, sem lastro lógico; as modificações corporais inadequadas, criadoras de gorduras desnecessárias, sem laxantes, sem anfetamínicos que tiram o apetite, sem queimadores de gorduras, sem prejuízos ao organismo.
O primeiro princípio da medicina, escrito por Hipócrates, que viveu 500 anos antes de Cristo era e continua sendo: "Primeiro não prejudique, depois procure ajudar!". Isto serve para todos os médicos e principalmente para o psiquiatra, que lida com um dos mais nobres órgãos do corpo humano, para não criar polêmica entre os especialistas.
Mas dizer isto, não acabará com o preconceito das pessoas. Preconceito se acaba com conhecimento.
Este o principal motivo da psiquiatria estar rumando para o campo da terapia cognitivo-comportamental, ou seja: "Age assim e sofre, porque?"
E para finalizar, mas não por último, deixamos um raciocínio poético:
Psiquiatra
(Quem é? Faz o quê?)
O psiquiatra é apenas o médico
Igual aos doutores profissionais.
O medo que causam ao cético,
Vem de sentir-se tenso demais.
À medida que corre louca a vida,
Surgem muitos destrambelhados.
A luta é cada turno mais sofrida,
Fazendo os corações apertados.
A angústia no mundo é constante,
E o despiste inútil tornou-se moda,
Todo mundo, sorriso aberto adiante,
Apesar das mãos atadas de corda.
Finge ser auto suficiente, uma ilha,
Com o psiquiatra médico de família.
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Dr. Marcio Funghi de Salles Barbosa
www.drmarcio.com