A ferro e fogo (como escrever quando dá branco)
Estou sem imaginação nenhuma. Ainda bem que não sou jornalista. Já pensou se eu tivesse que produzir uma crônica agora? Estaria no mato sem cachorro e fatalmente teria que sentar-me, prazerosamente, no colo farto, fofo, do meu chefe balofo. Ainda bem que o Recanto das Letras nada cobra – mas nada dá também – e tudo fica ao meu critério cujo maior critério é não ter critério (que coisa horrível é a tal preguiça mental!).
Acho que estou em total inércia porque é final de lua cheia e, por essa ocasião, me dá uma diarréia ‘neuronal’ impressionante. Até parece que pintei o cabelo de loiro e estaria fazendo todo o esforço para parecer loiro natural. Mas, acho que esse negócio só serve para mulheres... Nunca ouvir falar em loiro burro. Existe isso?
É lamentável, porém, não dolorido, ver o mundo com senso crítico desligado. Nada incomoda, nada diz nada e tudo é um mar de rosa. Quando não é assim, não dói, não aflige, não não, não sim, tudo ou qualquer coisa tanto faz...
Ah, acho que encontrei um monte que poderia dar uma acelerada nessa crônica (crônica?!... Cadê?!). Ontem, foi ontem que começou minha apatia pelo doce/salgado, triste/alegre, quente/frio... Tentei tomar uma cerveja (uma caixa de latinha, intacta, na geladeira desde domingo), desisti e nem cheguei a abrir a latinha. Li uns três ou quatro capítulos de Memórias Póstumas de Brás Cubas (Ai como sofro para tentar engolir este clássico da literatura universal).
Resolvi que dormir seria melhor. O sono não se manifestava e (agora vou dizer o único tema que me motivou a confeccionar esse texto; hesitei tanto, enrolei tanto para não dizer; mas, não teve jeito, vou dizer) bati uma punheta... Aliás, tentei. Dormi antes de gozar...
Mas que coisa! Bem que eu podia publicar somente Pau de PM – umas coisas que acabei de juntar, remendar, costurar e publicar. Tentei me superar, enfrentar a preguiça cerebral... Deu nisso. Olha a porra, ai... Cuidado!
Se você leu esse texto até aqui, por favor, meta-me a mão na cara! Caso contrário, você também não é tão sério assim... Vou cuidar da vida real. Beijos.