A mídia não faz sexo oral.
Sobre um policial tresloucado de ciúme que invadiu a casa da amada que o abandonou e meteu bala em quem encontrou à frente, matando algumas pessoas. Comentário de um apresentador de tv: ’como um policial faz isso!’
Ora, ninguém deve fazer isso com ninguém: nem o policial, nem o médico, nem o jornalista, nem o pedreiro.
Sobre mulheres que abandonam recém-nascidos em locais exóticos é como ouvir comentários como: por que tanta maldade como uma criança indefesa...
Será que é tão difícil compreender que a mãe está doente? Ou uma pessoa normal é capaz abandonar uma criança? Não, não é.
A mídia sempre diz a mentira que afaga em vez da verdade que educa. Tece crítica irresponsável às autoridades sobre lixo na rua, água empossada que hospeda mosquito da dengue... Faz o papel de voz da sociedade, uma sociedade que entope o esgoto com lixo e não quer sofrer as conseqüências da enchente; deixe água parada em tudo quanto é lugar e não quer sofrer de dengue.
O Estado não constrói nada, o Estado está a serviço da sociedade. A sociedade deve usar o Estado para melhorar sua qualidade de vida. Se há inversão de papéis a culpa não é do Estado que, matreiramente, assume uma responsabilidade que sabe jamais poder cumprir.
A sociedade constrói um grande país; o Estado não faz uma nação grande. O Estado deve ser o instrumento de uma grande nação na construção de uma sociedade desenvolvida.
Faria melhor proveito se a mídia ocupasse a boca carnuda, ávida, com uma genitália como a minha: pequena, torta, fina, fudida pela fimose e meio flácida. Assim ocuparia a boca com algo mais útil...
PS.: só para lembrar: este infeliz que vós fala é o narrador, e não o escritor. Uma questão de prevenção...