BANCOS, VERGONHA NACIONAL
O amigo Fernando Brandi que escreve aqui no Recanto das Letras, publicou uma crônica chamada “NEM PARECE BANCO – Crônica que não adianta nada” onde faz um justo desabafo sobre os abusos praticados pelos bancos. No caso da crônica em questão o alvo é um banco privado.
Após a leitura do texto fiquei pensando e relembrando os abusos que determinados bancos já praticaram comigo, sendo o maior deles a demora no atendimento nas agências. Leis para isso existem, porém nossos bancos não se prestam a praticá-las deixando seus clientes no abandono e à mercê da própria sorte (inclusive os ditos clientes preferenciais, vips, ou seja lá como sejam chamados por cada uma dessas instituições).
Mas o que me levou a escrever este texto-desabafo foi o recebimento de uma correspondência oferecendo-me um empréstimo (que não pedi) a ser pago em suaves prestações. E não é a primeira e nem a segunda vez que me enviam isso.
Vamos aos fatos:
A carta foi enviada pela Citi Financial, que pertence ao Banco Citibank S.A. vindo a ser o correspondente bancário deste último, conforme informação contida na própria carta. Ressalto que todas as informações referentes a contrato, número de parcelas, perfil do consumidor, etc., estão em letras reduzidíssimas no rodapé do documento, fato comum nesse tipo de abordagem.
A carta é bem escrita e enaltece todas as qualidades de quem a recebe, pois nesse momento todos somos clientes especiais e dignos do melhor atendimento possível.
O valor do empréstimo oferecido é de R$ 5.000,00 e adiantam que o crédito já está pré-aprovado e que por isso mesmo é tudo muito rápido, garantindo ainda que “todas as parcelas cabem no seu bolso” (sic).
Como disse acima, a correspondência é uma maravilha dando ênfase positiva ao pretenso idiota que está sendo contatado.
Ainda colocam as taxas praticadas para comparações.
“Na CitiFinancial, seu bolso é o que conta. Compare e comprove:
- Sua taxa Citi Financial: 5,99%
- Cheque Especial: 7,68%
- Cartão de Crédito: 10,34%
- Outras Financeiras: 11,14%”
Agora, vocês sabem o valor e a quantidade das parcelas?
Pois é meus amigos, são exatas 36 parcelas de R$ 384,69 o que totaliza R$ 13.848,84. Pagarei quase 200% de juros em três anos, o que totaliza R$ 8.848,84.
Pergunto a vocês: será que acham que eu sou algum idiota?
Certa ocasião liguei para a loja e a própria atendente ficou constrangida com a situação orientando-me a ligar para a matriz. Não fiz isso, mas resolvi divulgar publicamente para mostrar as falcatruas às quais estamos sujeitos.
Fica meio evidente que essa prática tão comum hoje em dia, e que muitos ainda se submetem por estarem atolados em dívidas, tem uma finalidade. Propiciar lucros pornográficos aos bancos para que possam financiar, talvez, o terceiro mandato de nosso atual presidente da República, mas que ele tanto nega.
Quem viver, verá.
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