TEMPO, ESSE BICHINHO IMPLACÁVEL E CRUEL...
O tempo deu um salto triplo. De 1983 ele impulsionou, pisou em 1995 e veio parar em 2008. Que coisa mais tremenda. Foi assim, num passe de mágica. Parece que foi ontem, eu estava no auge do radioamadorismo, em 1983, participando ativamente dos certames radioamadorísticos. Tenho um livro de contatos com as datas de todos os comunicados feitos, àquela época. Fiquei impressionado, quando vi estas anotações. Sinto um grande intervalo, que simplesmente passou e não percebi. O tempo deu uma "escorregada" incomensurável. Como ele é rápido e sagaz!
Vejo-me diante do espelho e não pareço mais comigo. Que coisa!. Não posso deixar de tirar a barba e fico igual a papai Noel. Meu cabelo está bem grisalho. Talvez ainda venha pintá-lo. Sou a favor dos cuidados de beleza, todavia, não tolero ver aquelas pessoas bem idosas, com a cara igual a um maracujá, toda enrugada, com o cabelo preto como a asa da grauna. Nem tanto, nem tão pouco!
Esta semana, peguei a fila de atendimento prioritário da loteca e um cara reclamou, achando que eu não tinha sessenta anos. Confesso que gostei. É sempre bom quando tabelam a gente por baixo. Por outro lado é horrível quando nos chamam de velhos. Ou velho chato.
Sem querer, ofereci mingau a minha sogra. Ela me respondeu de sopetão: - Me respeite, ainda não estou caducando, não! Depois reconheci que fui longe demais. Poderia, pelo menos, ter oferecido uma papinha de aveia.
Fomos ao supermercado com o carro lotado. Além de cansado, ainda tem o motor 1000. Minha sogra sozinha, já enche o banco traseiro. Na volta, com o aumento das compras na mala, o carro não teve força para subir a rampa do sub-solo. Fiquei preto de raiva. E o pior foi minha neta, gritando: - Vai, acelera, vovô.....Quando o infeliz do carro parou no meio da rampa, ela ainda falou: -Ah, vovô não sabe mais dirigir, não! Não é moleza, suportar todos os percalços do caminho, quando vislumbramos o final da estrada.
Fui aprovado no concurso do Banco do Brasil e tenho uma comunidade, onde mantemos contato com a galera dos aprovados. Lá eu me sinto velho. Todos me chamam de Senhor. O ponto crucial, no inicio, quando ainda não estava acostumado com a vida de avô, foi ao ouvir: -A bênção, vovô. Isto bate no nosso inconsciente de forma árpera. Depois, é açucar no refresco...
Graças a Deus, ainda não estou sentindo as tão faladas canseiras e enfados. Mas vejo que o tempo, implacável, vai deteriorando tudo em derredor.
Tentei passar uns filmes super 8, que filmei em 1983 e fiquei muito triste, ao constatar que eles estão arranhados e ressecados. Uma lástima. Até o projetor estragou.. A filmadora que tão garbosamente comprei na zona franca de Manaus, está repleta de fungos. O tempo não respeita nada. Nem ninguém. Tudo ele devassa, de forma arrasadora.
Somos todos tripudiados e moídos pelo tempo, esse bichinho implacável e cruel...
O tempo deu um salto triplo. De 1983 ele impulsionou, pisou em 1995 e veio parar em 2008. Que coisa mais tremenda. Foi assim, num passe de mágica. Parece que foi ontem, eu estava no auge do radioamadorismo, em 1983, participando ativamente dos certames radioamadorísticos. Tenho um livro de contatos com as datas de todos os comunicados feitos, àquela época. Fiquei impressionado, quando vi estas anotações. Sinto um grande intervalo, que simplesmente passou e não percebi. O tempo deu uma "escorregada" incomensurável. Como ele é rápido e sagaz!
Vejo-me diante do espelho e não pareço mais comigo. Que coisa!. Não posso deixar de tirar a barba e fico igual a papai Noel. Meu cabelo está bem grisalho. Talvez ainda venha pintá-lo. Sou a favor dos cuidados de beleza, todavia, não tolero ver aquelas pessoas bem idosas, com a cara igual a um maracujá, toda enrugada, com o cabelo preto como a asa da grauna. Nem tanto, nem tão pouco!
Esta semana, peguei a fila de atendimento prioritário da loteca e um cara reclamou, achando que eu não tinha sessenta anos. Confesso que gostei. É sempre bom quando tabelam a gente por baixo. Por outro lado é horrível quando nos chamam de velhos. Ou velho chato.
Sem querer, ofereci mingau a minha sogra. Ela me respondeu de sopetão: - Me respeite, ainda não estou caducando, não! Depois reconheci que fui longe demais. Poderia, pelo menos, ter oferecido uma papinha de aveia.
Fomos ao supermercado com o carro lotado. Além de cansado, ainda tem o motor 1000. Minha sogra sozinha, já enche o banco traseiro. Na volta, com o aumento das compras na mala, o carro não teve força para subir a rampa do sub-solo. Fiquei preto de raiva. E o pior foi minha neta, gritando: - Vai, acelera, vovô.....Quando o infeliz do carro parou no meio da rampa, ela ainda falou: -Ah, vovô não sabe mais dirigir, não! Não é moleza, suportar todos os percalços do caminho, quando vislumbramos o final da estrada.
Fui aprovado no concurso do Banco do Brasil e tenho uma comunidade, onde mantemos contato com a galera dos aprovados. Lá eu me sinto velho. Todos me chamam de Senhor. O ponto crucial, no inicio, quando ainda não estava acostumado com a vida de avô, foi ao ouvir: -A bênção, vovô. Isto bate no nosso inconsciente de forma árpera. Depois, é açucar no refresco...
Graças a Deus, ainda não estou sentindo as tão faladas canseiras e enfados. Mas vejo que o tempo, implacável, vai deteriorando tudo em derredor.
Tentei passar uns filmes super 8, que filmei em 1983 e fiquei muito triste, ao constatar que eles estão arranhados e ressecados. Uma lástima. Até o projetor estragou.. A filmadora que tão garbosamente comprei na zona franca de Manaus, está repleta de fungos. O tempo não respeita nada. Nem ninguém. Tudo ele devassa, de forma arrasadora.
Somos todos tripudiados e moídos pelo tempo, esse bichinho implacável e cruel...