DO DESEJO DE TER PACIÊNCIA: A QUEM INTERESSAR POSSA
Uma das coisas que mais me deixa abatido é ter que discutir. Não sou moldado em diplomacia e, muito menos, em aturar insolência, mesmo que seja do tipo provocativo, daquelas que está embutida a intenção clara de desestabilizar. Na altura dos meus anos de experiência, já deveria ter aprendido a me sair dessas situações com facilidade, evitando o confronto, caindo fora da arapuca armada. Mas não raciocino rápido o suficiente para perceber a suscitação do ato em si. Por isso, na maioria das vezes – se não tiver alguém presente com esse lampejo de argúcia – a provocação será aceita, e saia de perto, pois não sou muito de levar desaforo para casa.
Lembro-me de que, devido a esse problema, já perdi muito na minha vida profissional, pois, normalmente, sempre saio da cátedra onde me encontro, por não querer engolir sapo de alguém, hierarquicamente, acima de mim, pelo simples fato de não aceitar, como diálogo, o grito. Esse, realmente, me deixa fora de controle. Sou temperamental, quando se trata de receber, em qualquer ocasião, berro de alguém. Parece que existe – e existe – dentro de mim, uma força desconhecida, sobrenatural, alienígena, desencadeando em meu sistema nervoso, uma série de faíscas, ligando todo o meu organismo num curto circuito de descargas, que terminam por fazer com que eu reaja à altura, com o tom de voz de quem me atentou.
Sou do tempo em que, conversar sobre qualquer assunto, mesmo aqueles em que a conversa era espinhosa, se usava da educação, do bom senso, da voz mansa, cordata, sem aumento dos decibéis, para não prejudicar a compreensão da informação transmitida. Nesse tipo de colóquio, onde havia a compreensão das partes, dificilmente existia extrapolação dos ânimos, e a mensagem era bem recebida e prontamente aceita, mesmo que, com ressalvas.
O interessante é que, invariavelmente, no final das contas, quem termina como o culpado sou eu. Já fui escorraçado, como se fosse um cão raivoso, pelo simples fato de querer apenas exigir explicação do porque de alguém está descarregando sua ira em uma pessoa que não infligira nenhum código de ética e, muito menos, faltara com o devido respeito. Infelizmente, apesar da contagem de um a dez, para me acalmar; da inspiração do ar para baixar a adrenalina; dos pedidos ao Todo Poderoso, o final será sempre a força monstruosa e desconhecida, que aflora, dilacerando e destruindo qualquer tipo de atitude passiva, que por ventura ainda possa existir dentro de mim.
E isso dá medo. Muito medo. Dá medo por que é imprevisível, pois apesar de saber que a reação será sempre de forma explosiva, ela acontece em vários estágios, que vai do revidar aos gritos – a ignorância inicial de quem está provocando o confronto – até a intempestiva falta de controle emocional, com a tentativa de acometimento anatômico.
Não é que eu alimente um lobo mau dentro de mim. Não. Pelo contrário. Todas as minhas atitudes na vida são direcionadas para praticar as coisas boas, de forma harmoniosa, consensual e equilibrada, que me foram repassadas, primeiramente, pelos meus pais – nas proto e dêutero aprendizagens, assim como, nas aprendizagens assistemáticas e sistemáticas, que o meu mundo particular e a escola me ensinaram. Assimilei através dos ensinamentos dos mestres – muitos, inclusive, da igreja de Jesus Cristo – que é bom respeitar, para, em contrapartida, ser respeitado.
Isso não me isenta de prejuízos na vida particular. Assim como na vida profissional, a prática de abuso de autoridade dentro da célula familiar é um tormento para mim! É inconcebível ser destratado pela cônjuge, ou receber, por exemplo, um atrevimento de um filho, onde a falta de respeito esteja implicitamente dentro do conteúdo. Isso me remete aos tempos em que a palavra do pai era sagrada e o máximo que nos permitíamos era concordar com o que tivesse sido dito. E não era preciso alteração no tom de voz, nem imposição através da força física. Não que fosse verdade absoluta o teor de suas palavras, mas era o respeito pela figura que caracterizava a verdade absoluta.
Todavia, a despeito de múltiplos incidentes dessa natureza em meu universo, luto constantemente para me livrar dessa teia negativa em minha índole, pedindo sempre em minhas orações, um pouco mais de resignação para aturar certas provocações; provações e desafios que a vida impõe – no transcorrer dessa caminhada ilusória –, onde muitos, por estarem imbuídos do intuito de se promoverem, não obedecem e não respeitam a singularidade do próprio ser humano.
Uma das coisas que mais me deixa abatido é ter que discutir. Não sou moldado em diplomacia e, muito menos, em aturar insolência, mesmo que seja do tipo provocativo, daquelas que está embutida a intenção clara de desestabilizar. Na altura dos meus anos de experiência, já deveria ter aprendido a me sair dessas situações com facilidade, evitando o confronto, caindo fora da arapuca armada. Mas não raciocino rápido o suficiente para perceber a suscitação do ato em si. Por isso, na maioria das vezes – se não tiver alguém presente com esse lampejo de argúcia – a provocação será aceita, e saia de perto, pois não sou muito de levar desaforo para casa.
Lembro-me de que, devido a esse problema, já perdi muito na minha vida profissional, pois, normalmente, sempre saio da cátedra onde me encontro, por não querer engolir sapo de alguém, hierarquicamente, acima de mim, pelo simples fato de não aceitar, como diálogo, o grito. Esse, realmente, me deixa fora de controle. Sou temperamental, quando se trata de receber, em qualquer ocasião, berro de alguém. Parece que existe – e existe – dentro de mim, uma força desconhecida, sobrenatural, alienígena, desencadeando em meu sistema nervoso, uma série de faíscas, ligando todo o meu organismo num curto circuito de descargas, que terminam por fazer com que eu reaja à altura, com o tom de voz de quem me atentou.
Sou do tempo em que, conversar sobre qualquer assunto, mesmo aqueles em que a conversa era espinhosa, se usava da educação, do bom senso, da voz mansa, cordata, sem aumento dos decibéis, para não prejudicar a compreensão da informação transmitida. Nesse tipo de colóquio, onde havia a compreensão das partes, dificilmente existia extrapolação dos ânimos, e a mensagem era bem recebida e prontamente aceita, mesmo que, com ressalvas.
O interessante é que, invariavelmente, no final das contas, quem termina como o culpado sou eu. Já fui escorraçado, como se fosse um cão raivoso, pelo simples fato de querer apenas exigir explicação do porque de alguém está descarregando sua ira em uma pessoa que não infligira nenhum código de ética e, muito menos, faltara com o devido respeito. Infelizmente, apesar da contagem de um a dez, para me acalmar; da inspiração do ar para baixar a adrenalina; dos pedidos ao Todo Poderoso, o final será sempre a força monstruosa e desconhecida, que aflora, dilacerando e destruindo qualquer tipo de atitude passiva, que por ventura ainda possa existir dentro de mim.
E isso dá medo. Muito medo. Dá medo por que é imprevisível, pois apesar de saber que a reação será sempre de forma explosiva, ela acontece em vários estágios, que vai do revidar aos gritos – a ignorância inicial de quem está provocando o confronto – até a intempestiva falta de controle emocional, com a tentativa de acometimento anatômico.
Não é que eu alimente um lobo mau dentro de mim. Não. Pelo contrário. Todas as minhas atitudes na vida são direcionadas para praticar as coisas boas, de forma harmoniosa, consensual e equilibrada, que me foram repassadas, primeiramente, pelos meus pais – nas proto e dêutero aprendizagens, assim como, nas aprendizagens assistemáticas e sistemáticas, que o meu mundo particular e a escola me ensinaram. Assimilei através dos ensinamentos dos mestres – muitos, inclusive, da igreja de Jesus Cristo – que é bom respeitar, para, em contrapartida, ser respeitado.
Isso não me isenta de prejuízos na vida particular. Assim como na vida profissional, a prática de abuso de autoridade dentro da célula familiar é um tormento para mim! É inconcebível ser destratado pela cônjuge, ou receber, por exemplo, um atrevimento de um filho, onde a falta de respeito esteja implicitamente dentro do conteúdo. Isso me remete aos tempos em que a palavra do pai era sagrada e o máximo que nos permitíamos era concordar com o que tivesse sido dito. E não era preciso alteração no tom de voz, nem imposição através da força física. Não que fosse verdade absoluta o teor de suas palavras, mas era o respeito pela figura que caracterizava a verdade absoluta.
Todavia, a despeito de múltiplos incidentes dessa natureza em meu universo, luto constantemente para me livrar dessa teia negativa em minha índole, pedindo sempre em minhas orações, um pouco mais de resignação para aturar certas provocações; provações e desafios que a vida impõe – no transcorrer dessa caminhada ilusória –, onde muitos, por estarem imbuídos do intuito de se promoverem, não obedecem e não respeitam a singularidade do próprio ser humano.
Obs. Imagem da internet