Paris 2, Vai ser gauche na vida...
Paris guarda ainda uma característica que poucas outras grandes cidades conseguiram reter ao longo do tempo. Seus prédios em sua imensa maioria não têm mais do que três ou quatro andares e nem mesmo a mais ferrenha especulação imobiliária conseguiu reverter. Mas toda regra tem exceção (portanto deve haver uma regra sem exceção por aí...).
Na Paris que de fato interessa, há duas: o “espigão” de Montparnasse exibindo-se para chamar a atenção mas que só consegue contrastar com o que vê, frustrado por não interagir com quem contempla e seguindo a sua sina de permanecer ignorado e rejeitado por agredir tanta harmonia.
A outra exceção é a imagem que me vêm límpida à memória: esticando-se acima dos prédios do outro lado da rua do Hotel, a parte superior de um castelo de cartas metálicas que nas noites parisienses é iluminado pelas luzes e pelos olhos de toda a gente, pois é impossível não buscá-la no contraste com a noite escura: a Torre Eiffel.
A Torre é generosa, pois se oferece à contemplação e também propicia visões magníficas da cidade que um dia a rejeitou mas que agora a ama com todas as forças. Dos seus três pisos, que no mais alto nível chega a quase 300 metros, vê-se em todos os ângulos deitada e aparentemente inerte a velha senhora de 2.000 anos, espreguiçando-se em todas as direções pelas duas margens do Sena.
A Torre fica na margem esquerda: Rive Gauche.
Dizem que o gauche (lê-se goxe) é um ser rude, solitário, desajeitado. Mas também um amante da liberdade, das amplidões, um combatente ferrenho das injustiças : o gaúcho? O poeta maior Carlos Drummond de Andrade se considerava um gauche tanto que no “Poema de Sete Faces” eternizou: Vai,Carlos, vai ser gauche na vida...
Assim como a Torre está bem localizada, os goxes estão em muito boa companhia.
Dia desses vou pra Montmartre e levo comigo os que quizerem me acompanhar...
Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.Carlos Drummond de Andrade
Paris guarda ainda uma característica que poucas outras grandes cidades conseguiram reter ao longo do tempo. Seus prédios em sua imensa maioria não têm mais do que três ou quatro andares e nem mesmo a mais ferrenha especulação imobiliária conseguiu reverter. Mas toda regra tem exceção (portanto deve haver uma regra sem exceção por aí...).
Na Paris que de fato interessa, há duas: o “espigão” de Montparnasse exibindo-se para chamar a atenção mas que só consegue contrastar com o que vê, frustrado por não interagir com quem contempla e seguindo a sua sina de permanecer ignorado e rejeitado por agredir tanta harmonia.
A outra exceção é a imagem que me vêm límpida à memória: esticando-se acima dos prédios do outro lado da rua do Hotel, a parte superior de um castelo de cartas metálicas que nas noites parisienses é iluminado pelas luzes e pelos olhos de toda a gente, pois é impossível não buscá-la no contraste com a noite escura: a Torre Eiffel.
A Torre é generosa, pois se oferece à contemplação e também propicia visões magníficas da cidade que um dia a rejeitou mas que agora a ama com todas as forças. Dos seus três pisos, que no mais alto nível chega a quase 300 metros, vê-se em todos os ângulos deitada e aparentemente inerte a velha senhora de 2.000 anos, espreguiçando-se em todas as direções pelas duas margens do Sena.
A Torre fica na margem esquerda: Rive Gauche.
Dizem que o gauche (lê-se goxe) é um ser rude, solitário, desajeitado. Mas também um amante da liberdade, das amplidões, um combatente ferrenho das injustiças : o gaúcho? O poeta maior Carlos Drummond de Andrade se considerava um gauche tanto que no “Poema de Sete Faces” eternizou: Vai,Carlos, vai ser gauche na vida...
Assim como a Torre está bem localizada, os goxes estão em muito boa companhia.
Dia desses vou pra Montmartre e levo comigo os que quizerem me acompanhar...