Alinear

Sentido Capital Interior

O Brasil não quer sustentar a filha da puta do oligarca. Esperneia como se tivesse alternativa. Espantam-se não sei por quê. Mesmo aqui em Rietê, o xerife, bigode de aço branco, está na prefeitura há três anos a despeito de 70% da população. Faz a alegria dos jornais locais com superfaturamento e o Dem, sucuri vertical, promove-se instaurando CPI’s que legitimarão tudo que escandaliza. Escandaliza a massa sem massa cinzenta que nem se escandaliza tanto assim: sonha que um dia poderá chegar lá também. A democracia, aliás, a porta não está aberta? Qualquer um pode entrar.

E eu que agüente choradeira de caipira que não quer engolir safadeza de cabeça-chata...

Mas o que tenho a ver com isso? Quero mais é me intelectualizar: transcrever toda a gramática numa folha timbrada e tirar dez, nove e meio não aceito. Quero saber tudo sobre euclides, clarices e perissés. Quero ouvir noticias do meu progresso e inflar o peito e subir, subir e cuspir, lá de cima, em cima dessa gente que cheira a rexona.

E se eu for tão longe e me tornar um incompreendido, quem vai me dizer ‘parabéns, você é um gênio’? Preciso ter à mão o endereço da 1,99 que venda ‘bechara’ em gramas. O radio da PM falou que é preciso moldar a loucura tão genialmente que todos a confundam com o espírito vagueante de Camões que serpenteou o rio seco como se a nado.

Tudo isso só pra dizer... Não tenho coragem! É não-linear o meu discurso, a amargura jamais morou-me ao peito, e como já disse em algum lugar, uma rapadura inteira me adoça a alma; facilmente meu sorriso vai de orelha a orelha... Ando tão treinado que o faço sem nenhum esforço fisiológico...

E se surgisse um herói e decepasse toda a corrupção, quanto tempo sobreviveria o Brasil limpo? A quem seria entregue um país livre da malandragem? Uma sociedade brasileira manteria uma nação limpa? A quem se entregaria um gigante adormecido linearmente honesto?

A tentação fervilha-me os miolos e tenho que dizer, se não explodo – que não me escute os letratos, os que apeans repetem o discurso alheio. Mas e se eu não dissesse? Ah, vou dizer. Não, não vou dizer. Melhor perguntar por que isso não ofende a ninguém... Alguém me beija à bunda branca, (!) limpinha... ?