Perfume de harmonia
Dezembro 2005
Nos últimos finais de semana, mais precisamente aos domingos, tenho experimentado um novo aroma, é o perfume de simpatia. Sorte minha, na igreja sento-me ao lado de uma pessoa, não uma pessoa qualquer, mas uma mulher especial. Os seus dedos, ligeiros, quando juntam-se em formação para deslizarem pelo teclado guiados pelo olhar atento, e uma ligeira expressão nos lábios, que se retesam como querendo experimentar o paladar do acorde que virá, exalam, tudo junto, um perfume de simpatia.
Talvez ela não perceba, mas me delicio com cada acorde, cada fuga do "centro tonal". Cada síncope para enfatizar um jato de acordes, que para a minha alma transforma-se em jatos de perfume de harmonia. Sei lá, mas dá vontade cheirar os acordes vindos do meu lado. É coisa de músico inquieto com o trivial, que quer sentir cada sabor e provar cada aroma do som.
Esta mulher, H., é simples, mas charmosa. Tenho certeza que quando se ajeita para sair de casa..., Aliás, no domingo em que regeu a cantata de Natal estava com terninho charmoso e bem talhado. Gostei, tudo a ver com o momento. Mas também já a vi de calça jeans e blusa, isto foi em um ensaio de quinta-feira. Também tinha tudo a ver com o momento. Bem, voltando ao seu arrumar, tenho certeza que se olha de todos os ângulos em frente ao espelho e experimenta todos os olhares possíveis.
Sorte minha, vem, senta-se ao teclado com aquele jeito simples mas impetuoso. As músicas e os hinos tocados no culto parecem satisfazerem-se completamente com os arpejos, síncopes e acordes que ela os presenteia. Eu ao lado, apresso-me em sustentar a melodia, pelo menos a melodia, com o meu saxofone soprano, e assim completar o conjunto de sons que todos, na platéia, esperam ouvir.
Dá vontade virar de lado para vê-la tocar. Sempre põe o hinário no colo, não na estante. Parece que é para, em segredo, combinar com as músicas como irá atendê-las em seus pedidos de harmonia, e assim, produz um som maravilhoso.
Como dizia, dá mesmo vontade virar de lado para vê-la tocar, mas tenho de ficar concetrado na partitura. Meus ouvidos, então, encarregam-se de capturar cada detalhe e armazená-los em minha mente para deliciar-me semana inteira.
Nos improvisos de solos não planejados, combinamos muito bem, parece-me, e o som soa como uma dupla bem ensaiada. Insisto com ela para reunirmo-nos e estendermos nosso repertório. Ela, meio ressabiada, como é, diz: claro vamos ensaiar, mas, pé atrás, fica esperando eu tudo fazer. Entendo, é o cuidado necessário quando se tem um novo amigo. Aliás, amizade, como quero ter a sua! Imagino que faríamos um boa dupla para tocarmos por aí.
Espero que a sua paciência amortize as minhas chatices. blá blá blá...
Gosto dela e vou insistir um pouquinho mais para conseguir a sua confiança, e tentar tê-la como amiga. Quem sabe, formaremos uma boa dupla musical?
Agora, bem, todos já sabem, nossos corações apressaram-se e atiraram-se vorazmente um ao outro...
Bem, o nosso amor foi eterno enquanto durou, e este é um "Amor prá ser lembrado".
Dezembro 2005
Nos últimos finais de semana, mais precisamente aos domingos, tenho experimentado um novo aroma, é o perfume de simpatia. Sorte minha, na igreja sento-me ao lado de uma pessoa, não uma pessoa qualquer, mas uma mulher especial. Os seus dedos, ligeiros, quando juntam-se em formação para deslizarem pelo teclado guiados pelo olhar atento, e uma ligeira expressão nos lábios, que se retesam como querendo experimentar o paladar do acorde que virá, exalam, tudo junto, um perfume de simpatia.
Talvez ela não perceba, mas me delicio com cada acorde, cada fuga do "centro tonal". Cada síncope para enfatizar um jato de acordes, que para a minha alma transforma-se em jatos de perfume de harmonia. Sei lá, mas dá vontade cheirar os acordes vindos do meu lado. É coisa de músico inquieto com o trivial, que quer sentir cada sabor e provar cada aroma do som.
Esta mulher, H., é simples, mas charmosa. Tenho certeza que quando se ajeita para sair de casa..., Aliás, no domingo em que regeu a cantata de Natal estava com terninho charmoso e bem talhado. Gostei, tudo a ver com o momento. Mas também já a vi de calça jeans e blusa, isto foi em um ensaio de quinta-feira. Também tinha tudo a ver com o momento. Bem, voltando ao seu arrumar, tenho certeza que se olha de todos os ângulos em frente ao espelho e experimenta todos os olhares possíveis.
Sorte minha, vem, senta-se ao teclado com aquele jeito simples mas impetuoso. As músicas e os hinos tocados no culto parecem satisfazerem-se completamente com os arpejos, síncopes e acordes que ela os presenteia. Eu ao lado, apresso-me em sustentar a melodia, pelo menos a melodia, com o meu saxofone soprano, e assim completar o conjunto de sons que todos, na platéia, esperam ouvir.
Dá vontade virar de lado para vê-la tocar. Sempre põe o hinário no colo, não na estante. Parece que é para, em segredo, combinar com as músicas como irá atendê-las em seus pedidos de harmonia, e assim, produz um som maravilhoso.
Como dizia, dá mesmo vontade virar de lado para vê-la tocar, mas tenho de ficar concetrado na partitura. Meus ouvidos, então, encarregam-se de capturar cada detalhe e armazená-los em minha mente para deliciar-me semana inteira.
Nos improvisos de solos não planejados, combinamos muito bem, parece-me, e o som soa como uma dupla bem ensaiada. Insisto com ela para reunirmo-nos e estendermos nosso repertório. Ela, meio ressabiada, como é, diz: claro vamos ensaiar, mas, pé atrás, fica esperando eu tudo fazer. Entendo, é o cuidado necessário quando se tem um novo amigo. Aliás, amizade, como quero ter a sua! Imagino que faríamos um boa dupla para tocarmos por aí.
Espero que a sua paciência amortize as minhas chatices. blá blá blá...
Gosto dela e vou insistir um pouquinho mais para conseguir a sua confiança, e tentar tê-la como amiga. Quem sabe, formaremos uma boa dupla musical?
Agora, bem, todos já sabem, nossos corações apressaram-se e atiraram-se vorazmente um ao outro...
Bem, o nosso amor foi eterno enquanto durou, e este é um "Amor prá ser lembrado".