PÁSCOA D'UM DOIDO...
PÁSCOA D’UM DOIDO...
De poet ha. Abilio Machado.
Um texto meio doido sobre a Páscoa! Mas o que seria ser doido hoje em dia?! Me chamam de várias coisas e até mesmo viado, minha comunidade até botou um alce galhado que todo caçador chama de veado, vai vê sô mesm... Mas eu acho ainda que o mundo é cheio de iguais a mim... Uns dentro do armário, outros com metade da porta aberta e outros, ah... Viraram a mesa, chutaram o pau da barraca, melhor esconderam o pau e saíram a festejar vestidos de coelhinhas...
Páscoa tem de ser alegre e viva, afinal é isso que o grande Homem nos ensinou, não é mesmo? A fugirmos do preconceito, pois, Ele mesmo reuniu seus seguidores de várias etnias, várias posições e convicções. Páscoa tem que ter além do chocolate a essência da vida, o olho no olho e a hora do abraço.
Vê Páscoa é um negócio muito doido, Pois ela não acontece a esmo, ela tem lugar e é aqui dentro, no peito, aqui oh, da gente! Dentro da gente Deus e Deus é gente em nós...
Tem de sair daqui para se misturar com os outros, sem medo e sem receios... Páscoa é Deus realizando uma revitalização com os seus, dizendo que também seu filho amado foi renegado, injustiçado, maltratado, sofreu... Nas mãos daqueles que não O entenderam...
Posso ter vários defeitos, mas sem coração não sou não... Pecado é a omissão solidária pelo seu próximo... Não falo por ser um aliado, falo por que a loucura da depreciação ao próximo é uma conduta falha, falha de caráter, de conhecimento humano...
Assim neste espírito pascoalino, anuncio que há 2008 anos alguém que amava a todos incondicionalmente morreu... ELE MORREU para VIVER dentro de cada um... Pouco me importa que não acredite, eu acredito por mim e por você... Todos comemoram esta data, a data da morte e a data de vida. Ele não é o homem do século, mas é eleito o Homem por milênios, famoso, sua vida está em livros, discos, filmes, teatros, propagandas então não há controle e nem direito autoral (ainda)... Depois que tentaram Lhe calar, continua incomodando aos poderes autoritários e intelectuais, de diversas origens, tamanhos e cor... Todos comemoram...
A classe A, dos altos escalões, comemora com variados cardápios, em reuniões badaladas, com peixes em varias assadeiras, uísque e vinho importados, fazem para os convivas caças ao chocolate muitas vezes comprados com o cartão corporativo de onde servem ou sugam não sei... Mas fazem isso ao silêncio, querem na verdade que apenas simbolize a morte, porque se ressuscitar virá a atrapalhar a vida leviana de cada um que rodeia a farta mesa do banquete em delivery.
A classe média reclama para que volte a pregar por sua melhoria, que seus assados ainda são poucos por que ainda dependem de patrão, quer sua guerrilha assim como Judas queria, por isso vive trocando suas portas religiosas e pulam como pipocas ao sabor dos desejos a si...
A maior sociedade, a miserável, continua a celebrar suas lágrimas com cachaça, leite adulterado, ganhando remédios vencidos, morrendo nas filas e bancos de hospital, comemora no frio, com trapos, medo, dor, fome e carente de tudo que lhe seria básico, mas que tem grande força nos velhos palanques de eleição.
Todos se esquecem a tal grau que sua morte virou espetáculo, seus desejos utopias e manias existenciais. Nada do que disse é levado a sério ou colocado em ação, pois no que vemos nos dias é que até na compra de ovos de chocolate há superfaturação.
E aqueles que neste dia professam os valores por Cristo ensinados são os mesmos que quando eu passo me apontam o dedo, dizem ali vai o... Desajustado...
Mudar é preciso antes que ressuscite e veja te pedir por seus talentos, aqueles que até o momento renegou, negou ou não mereceu!