AS CARÍCIAS SÃO DIVINAS...

Nem sempre estamos de "bem" com a vida, resvalando diretamente em nosso humor, tornando-nos ásperos e insensíveis aos sentimentos alheios. Ainda que isto seja uma exceção para muitas pessoas, invariavelmente, acredito que todos os seres humanos é submetido a tal circunstância. Talvéz o que permite que sejamos felizes seja, realmente, contornar esses obstáculos com muita lucidez e dignidade. Como um ditado Chinês que diz: "Faça como os rios, desvie dos obstáculos para alcançar seus objetivos".

Pois bem, ainda que não esteja num divã, considero a magia e o magnetismo do ambiente (Recanto das Letras) bem propício a revelações, como a que se segue:

Cheguei em casa ontem, não muito afável aos carinhos daqueles que me são caros, diria que estava um pouco contrariado com não sei o quê, parecendo um rebelde sem causa. Até aí tudo bem, ocorre que ao sentar numa mesa e pegar um livro para ler, repentinamente, senti alguém fazendo carinho nos meus dedos do pé, uma delícia de sensação... por conseguinte, foi subindo para as pernas, como se tivesse, lentamente, indo e voltando com o corpo. Bom, para quem não estava muito harmonioso com a vida, de repente, um carinho faz com que retorne o alimento sagrado da emoção, ou seja, a sensação de que estamos deveras vivos.

Daí, fingindo não sentir nada, enquanto sentia... ainda assim, não permitia o devaneio das lucinações que eram produzidas em minha perna. Embora sentindo também algumas "unhadas" não me permitia expulsar, de imediato, as carícias que me eram cedidas.

Finalmente, não contente em simplesmente com o enroscar nas pernas, subiu um pouco mais atingindo meu colo, destarte quis dar-me um beijo. Ora, beijo não! E não é por que apaixono fácil, não! Vá lá que você, realmente, é uma tremenda gata, mas não permito beijar-me.

Enfim, expulsei aquele ser de perto de mim, já tinha feito sua magnífica obra, trazer-me à realidade da vida. Quando empurrei mais verozmente para o lado, escutei apenas o seu miado que trazia também a infelicidade de ver que seu dono era um ingrato. Miau! Miau! saiu a gata para outros cantos da casa...