PEQUENA CRÔNICA PARA ROMÂNTICA CHUVA
Doce chuva que cai dos céus trazendo as lágrimas dos anjos diante do sofrimento da humanidade...
A gota de chuva é o resultado da paixão cantada para a Lua por algum ser apaixonado e abandonado à beira mar...
O gotejar dos pingos sobre o telhado da bucólica casa trazia a sensação de frio que me fazia buscar o acalanto e o acalento do ser amado embaixo dos cobertores enquanto tomava uma quente chávena de chá da tarde...
Ora pois, chávena tem de ser de chá!
Sinto o ritmo da chuva (dá-lhe Jovem Guarda) batendo solerte na janela e alguns pingos respingam invadindo a soleira da porta...
O cão busca abrigo sob a choupana rude que alerta sobre a existência de seres simples naquele sertão tão judiado da seca, que sonham com o advento do período das águas, a esperança a lhe trazer a fartura da alimentação...
São as águas de março fechando o verão... Perdão, Jobins! Se faturar algum, repasso o direito autoral...
Olho da janela a chuva a correr pela avenida, outrora campos gramados e arborizados onde brinquei com amigos de infância...
Do arranha-céu vejo pessoas como formiguinhas correndo a se proteger sob as marquises dos magazines emoldurando a paisagem da grande metrópole...
As chuvas trazem esperança e afastam a possibilidade de apagão...
Os índices pluviométricos são os maiores desde Mil Novecentos e alguma coisa...
Nunca neste país, se viu tanta água caindo...
Chuva durante o dia é o cacete!
Não tem nada de romântica!
Oh! Cumpade Xará Pedrão!!!...
Deixe para fazer a faxina aí em cima à noite, que eu já gastei toda minha verborragia vernacular pluviométrica e a paciência está acabando. Vai sobrar para você, xará!
O banco vai fechar.
Eu preciso sair de casa.
O trânsito está congestionado.
E se você se lembra, roubaram meu guarda-chuva em Janeiro passado.
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