Carolzinha; bela ou não?
Ocupada com tantos afazeres Carolzinha se divide entre a redação da faculdade, onde cursa jornalismo, e a redação do jornal onde faz estágio e aprimora seus conhecimentos, e o sonho de ter ser seu próprio jornal onde possa enterrar, simbolicamente, os maus políticos que já pisaram em sua esteira de malhação. Há um primo do primo da prima dela que é jornalista polêmico, e mesmo assim tão longe é uma referência na família. E com orgulho ela deve estar falando a muitos que não está só no mundo, sabe que se um dia ela for presa por circunstâncias da profissão, haverá quem a leve uma caixa de bombons na cadeia.
Como ninguém é de ferro e sente frio, nos finais de semana Carolzinha desenferruja suas articulações seguindo para as espetaculares montanhas do sul do país, acompanhada de colegas da faculdade e afins; afim só de passear e olhar as montanhas! E na bagagem não esquece de levar seu par de meias de lã “Muitoooooo fashion” com estampas floridas, capaz de fazer inveja a qualquer gaúcho, ou cidadão que tenha bom gosto! Se suas mãos são aquecidas por tanto escrever, seus pés devem estar aconchegantes e preparados para longas caminhadas, afinal são cheios de pedras os caminhos de seus dias. Mas ela supera tudo!
Já tendo ouvido dizer que jornalista é “cordialmente detestado”, na faculdade Carolzinha é uma das mais perguntadoras, vive querendo saber se já está na hora do lanche, se falta muito para o almoço, quem vai bancar o refrigerante. Coisas de famintos estudantes que querem se alimentar de conhecimentos! Orgulho do papai, também observador e preocupado com as montanhas, Carolzinha conta para sua mamãe tudo de lindo que vê, e afirma que lá, distante dos grandes centros, encontra a paz desejada na natureza, só não quando armam o acampamento em cima de um formigueiro!
E assim Carolzinha vai vivendo entre sonhos e realidades, e na real não se esquece da sobrinha que mandou pela janela as anotações de uma notícia, que ela pretendia mandar para longe. Por isto, tudo que anota na montanha guarda a sete chaves junto com aqueles bilhetinhos secretos que toda jovem que aposta na loteria do amor mantém para breve conferência! Mas a sobrinha de Carolzinha é levada, aproveitou de um momento descuido e pegou um cartão que a titia trouxera da posse da nova delegada de polícia, e fez uma observação: “A delegada é vaidosa, na frete do nome escreveu bela!”. Agora Carol tem a dúvida; quando se bacharelar deverá ou não estender a todos sua condição de bacharela em comunicação, afinal ela que faz faculdade e bela ou não?
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Uma homenagem a minha prima distante Caroline Diedrichs; em região, em idade, em ramo da família , mas que pela vocação ao jornalismo estamos amigos e próximos!