O evangelho segundo a Globo

Não sou defensor de causa nenhuma, que reprima a liberdade de expressão, ou cerceia o pensamento criativo. Para tanto devem saber minha opinião de antemão, sobre esta briga mesquinha entre Globo e Record. As duas atacam de armas baixas para defenderem suas posições. A Vênus platinada, líder absoluta num mercado de uma emissora só, perde audiência dia após dia, mesmo tendo uma qualidade inabalável em sua programação, apesar dos conteúdos serem questionados.

Já escrevi sobre isso antes, a programação das emissoras de maior alcance no país, estão defasadas, a maioria dos programas não prenderiam a atenção de um primata. E a briga chega ao fundo do poço, numa ânsia de cada um afundar-se mais na luta por um ponto a mais no Ibope. Com tantas mídias disponíveis, qualquer um saberia que os métodos tradicionais de transmissão iriam a bancarrota. O método Globo de ser tende a afundar dia a dia.

Como um império, a Rede Globo de televisão imprimiu uma formula de doutrinar seus telespectadores, fazendo deles súditos de um reino de Xuxa, Roberto Carlos e Pelé, entre outros. Mesmo com esta patética e decadente estratégia, a emissora do Macedo, adotou a mesma regra, mas não sem antes, doutrinar os espectadores e antes ainda da emissora de tv.

Qualquer coisa vira motivo de processo, antes mesmo de ser a maior empresa do setor, o Grupo Universal já vai angariando desafetos, mais até que a emissora do Marinho. Nos bastidores judiciais correm processos há anos, da Record contra a Globo pelas reportagens da década de noventa, que atentava contra a pessoa do Bispo. O bispo tenta atacar a rainha, como em um jogo de xadrez, e escala seus peões.

Todas as emissoras brigam por baixo nivelando na lama seus programas, para pontuar na audiência. Brigam na justiça para isso ou para aquilo, em vez de concentrar suas forças naquilo que deveriam se ocupar, no entretenimento de qualidade, para chamar a atenção de novos, ou velhos, espectadores sem precisar colocar uma coleirinha no pescoço de cada um, prendendo-os na frente da tv.

A cena da novela das vinte e uma na Vênus Platinada, em que evangélicos atacando vilmente três pessoas simples, mas diferentes dos padrões normais, exageradamente, numa cena bonita artisticamente, mas acirra ainda mais a briga pelo domínio das mentes evangélicas, disfarçadas de discriminação. Uma obra de ficção precisa ter bons e maus, e temos isso na vida real, e não venham dizer que é uma perseguição.

Na Globo, houve cenas belíssimas de interação entre o pastor e a mãe de santo logo no principio da dita novela.

Cena bonita da Record, ao fazer uma novela bem diferente, e ganhar no ibope da Vênus Platinada de forma natural, dentro da normalidade que deveria ser.

Prolifera pela rede mundial de computadores, blogs de seguidores do Bispo da Universal, atacando a emissora carioca de tendenciosa. Como este trecho:

“Sobre a Globo, não precisamos de mais nenhuma prova de que esta emissora é tendenciosa. Iludidos são todos os que acreditam que a Globo irá dar espaço pra PALAVRA DE DEUS, conferindo-lhe o respeito devido.”

Não seria esta a mesma proposta da Record?

Tanto que muitos, sem lucrar um centavo com a emissora, já a defende como um súdito. Para uma empresa que visa lucros, não defende posição nenhuma, a não ser sua palavra.

Viva a liberdade de expressão.

J B Ziegler
Enviado por J B Ziegler em 16/03/2008
Reeditado em 18/03/2008
Código do texto: T904127
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.