NOVAS REFLEXÕES - II
A história tem ditado regras de conduta dos seres e nisso vejo um profundo relacionamento com tudo que ainda não é história. As gerações se sucedem, mas o homem é sempre homem. O conceito de humano encontra em meu espírito uma interrogação que martela minha mente constantemente.
O conceito de espaço não encontra um limite em minha concepção que se enquadre com minha vontade. Os limites físicos ou espaciais se entrechocam de maneira violenta e não consigo encontrar um espaço/tempo definido para o conceito.
As distâncias encurtam-se em minha imaginação, porém distanciam-se em cada palavra ou pensamento. A materialização do pensamento é uma realidade e ainda não consigo deixar de materializar o mal. A bondade, conceito do que é justo e reto, não tem ainda seu significado totalmente aplicado à humanidade terrestre.
O mundo torna-se um caos constante em virtude de a maldade ser sempre vigorosa. O mal, no entanto, é tido como um bem, pelos que o praticam. Então quem está certo ou errado, a vontade de fazer ou um ato realizado. Dúvidas constantes que não me satisfazem.
Em cada rosto procuro um pensamento, um destino ou uma vida. Existem certos momentos em que me estranho. Em dado momento, procuro na face de cada ser humano ver o seu pensamento.
Coloco-me como espectador no grande palco e assisto à encenação do ato da vida, entretanto deixo-me emocionar pelos atos representados e participo deles.
De maneira geral também, me sinto um ator sem projeção que luta por sua consagração no grande desenrolar da comédia cotidiana.
Sou ofuscado pela luz e, quando surgem a trevas, não posso enxergar. Os refletores (sol) projetam sua luz sobre o palco e neste momento de mudanças entre luz e trevas, tenho medo de abrir os olhos para não ser ofuscado pelo excesso de luz ou de trevas.
Mantenho os olhos entreabertos, procurando fugir do excesso, porém de uma maneira ou outra me sinto empurrado para ele e, nesse momento, sinto-me fraco para reagir e continuamos a trajetória seguida pelos outros, que é uma constante procura da vida e, no final do ato, encontramos a morte.
Quando saímos do palco, passamos a ser expectadores com uma visão completa do desenrolar constante da tragédia escrita pelo homem.
09/09/72-VEM.