Encontro casual
 
Olá, bom dia.
- Como está você, tudo bem?
Graças a Deus em paz, só com pouco dinheiro e alguns problemas.
- Relaxa, esse binômio é comum, ser brasileiro sem cartão corporativo, não tendo atividades ilícitas e, com raras exceções, somos a grande maioria.
Pois é, mas vamos tocando a agridoce flauta da vida.
- Como estão seus filhos?
O mais novo não me dá muito trabalho, estuda pouco, é mais amoroso e compreensivo, enche pouco, rs.
- E o mais velho?
Esse já saiu mais ao pai, é turrão, cabeça dura, não estuda nada, não trabalha nada...
Ele sofreu mais os problemas da separação, pegou aquela época difícil de atritos em casa, você sabe como é, né?
Às vezes me agride com palavras, outras é tão rude que parece o pai do qual me divorciei exatamente por isso.
- Mas, dos filhos a gente não consegue se divorciar, né?
Poderia estar melhor de grana.
Poderia entender melhor meu filho mais velho, pois esses atritos me dão uma tristeza sem fim,
dá vontade de chorar, de brigar, de nada...mas dói baixinho, forte e continuo lá dentro.
Tenho pena dele, mas tenho que ser dura, senão ele me domina e aí perco o controle.
E você, já se acertou com as mulheres, parou de achá-las um saco? Rs.
- Ah sim, o tempo me fez aprender.
Continuo ainda achando que as mulheres são um sacos,
mas consegui pelo menos, pra minha alegria, imaginar que cada mulher é um papai Noel.
Papai Noel?!!!
- É sim, sei que elas são um saco, mas imagino que na convivência do dia a dia, nas doações, nas entregas, e até mesmo nas cobranças, elas enfiam a mão no saco de Papai Noel e vão entregando paciência, tolerância e amor incondicional aos filhos...e a nós, os homens, eternas crianças carentes...
Tenho que ir...
- Beijos, bye.

Doe orgãos - Doe sangue
 
 
Augusto Servano Rodrigues
Enviado por Augusto Servano Rodrigues em 16/03/2008
Código do texto: T902867
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